Segundo pesquisas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de sete milhões de pessoas convivem com a fome no Brasil e ela é um dos maiores riscos à saúde, matando mais que malária e AIDS combinadas. Tais dados comprovam a preocupante realidade, fruto da desigualdade social e pobreza, vivida por grande parte da população brasileira. Porém, essa situação não decorre da insuficiência de alimentos, e sim da perpetuação de problemas estruturais. Nesse sentido, percebe-se que é necessário haver uma mudança em relação ao cenário de negligência social e ela deve ser realizada concatenadamente com o suporte governamental do país. Sabe-se que, embora o Brasil seja considerado uma das principais potências agrícolas mundiais, a questão da fome sempre esteve presente no contexto nacional, devido a permanência da concentração de terras entre os latifundiários. Com isso, muitas áreas que poderiam ser usadas para subsistência se encontram improdutivas sob posse de uma minoria. Somado a isso, de acordo com o IBGE, o desperdício representa 35% do total produzido, o que seria suficiente para suprir toda população mal alimentada. Ainda assim, o país prioriza o caráter de exportação da produção, ignorando a questão social relacionada a ela. Apesar desse trágico panorama social, poucas políticas pública, como o programa Bolsa Família, foram criadas para solucionar o impasse. Outrossim, elas não foram suficientes para combater a fome e pobreza decorrente da injusta distribuição de renda, justificando a baixa posição do país no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Assim, muitas famílias vivem sem recursos suficientes para seu desenvolvimento adequado, o que gera maior propensão a doenças e prejudica também a formação educacional, já que uma boa alimentação é essencial para o aprendizado. Consequentemente, elas não possuem condições igualitárias de acesso ao mercado de trabalho, perpetuando a desigualdade social, como a retratada na obra Vidas Secas de Graciliano Ramos. Logo, para que a resolução da questão da fome no Brasil não permaneça como um desafio, é necessário que todas as esferas sociais se mobilizem. O Governo Federal, em parceria com o Poder Legislativo, deve implementar leis que punam e limitem o desperdício nas empresas alimentícias, a fim de reduzi-lo e oferecer maior atenção ao mercado interno. Ademais, Organizações Não Governamentais devem realizar campanhas de doação de alimentos periodicamente, juntamente ao apoio midiático, que apresentará informações sobre esse processo por meio de todos os canais de comunicação.