Por volta de 1789 Thomas Malthus publicou uma teoria fundamentando a ideia de que a população mundial cresceria em progressão inversa à produção de alimentos, ou seja, os alimentos seriam insuficientes para todas as pessoas. Hoje, sabe-se que com todos os avanços tecnológicos e sociais não imaginados por Malthus, o problema da fome existe mundialmente, devido à vários fatores e não ao que diz a teoria. No Brasil, a fome é causada principalmente pela concentração desigual de renda, o que implica na pobreza e na consequente miséria, resultando em mais de 7 milhões de pessoas no país com dificuldades para se alimentar. Dessa forma, nasce a necessidade de buscar nos motivos responsáveis por essa questão, suas possíveis soluções, para que a população atingida possa ter sua situação mudada. O Brasil é um país de extenso território, grande potencial agrícola e contraditoriamente com um número altíssimo de indivíduos que sobrevivem com apenas uma refeição precária por dia ou até mesmo sem nenhuma refeição. Os fatores envolvidos nisso são complexos, estruturais e presentes na sociedade brasileira a séculos. Essa situação, além de interferir na saúde destas pessoas, se relaciona também com a educação e com o trabalho, já que com a falta de nutrientes e de energia, ambos são comprometidos impedindo que quem esteja nesta situação, possua condições para sair dela. Além disso, pesquisas afirmam que a questão da fome é decorrente em todo o país, tanto em áreas rurais quanto em urbanas, sendo as regiões Nordeste e Norte as mais atingidas. Ainda que alguns fatores naturais como secas, inundações, mudanças climáticas, pragas e desastres ambientais acentuem a circunstância da fome, a causa de maior peso está na má administração de recursos públicos, assim como na injusta concentração fundiária e de renda que existe no país, no qual programas de ajuda à curto prazo, não são suficientes para modificar. Torna-se evidente, portanto, que a questão da fome no país possui necessidade de combate, porém é mais profunda do que aparenta, precisando de resoluções complexas. Cabe ao Governo a intensificação dos programas já existentes, que apesar de não suficientes, são úteis, assim como o planejamento de ações de redistribuição de renda através de políticas públicas, para que a população que necessita, seja verdadeiramente beneficiada. A mídia, devido ao seu fator social, deve abordar o assunto através de ficções engajadas, junto à ONGs que atuem sob essa questão, para que sejam incentivadas doações. Dessa forma, a questão da fome pode ser resolvida para que milhões de pessoas sejam retiradas dessa situação desumana.