A fome é uma crise humanitária que afeta praticamente todo o planeta, tendo como um de seus principais fatores a má distribuição dos recursos alimentícios, principalmente, em países subdesenvolvidos como o Brasil. É necessário aferir, entretanto, até que ponto somente a má distribuição é responsável, uma vez que o desperdício, também, contribui para a ocorrência desse fenômeno social. Observa-se, desde a formação das primeiras sociedades complexas, que a condição econômica está intrinsecamente ligada à disposição de alimentos. Isso porque, a estruturação do meio social, em sua maioria, se deu a partir da ideologia capitalista na qual o alimento passou a ser mais um bem de consumo. Nesse sentido, a gestão desses recursos, atualmente, se caracteriza pelo enriquecimento das grandes empresas do setor alimentício, gerando, assim, uma distribuição desigual dos alimentos, sobretudo, nos países onde os índices de desenvolvimento humano são mínimos. Outro fator, que agrava esse cenário é a cultura do desperdício vigente nas sociedades atuais, não só por parte do consumidor, como também entre aqueles que produzem. Em função disso, estima-se que, por ano, 1/3 dos alimentos produzidos no mundo são desperdiçados, desde o seu processo produtivo às lixeiras de casas e restaurantes. Segundo a ONU, somente a parte que corresponde aos alimentos desperdiçados seria suficiente para fomentar a parcela populacional que se encontra em estado famélico. Isso, evidencia os problemas ocasionados pelo sistema econômico atual, o capitalismo, no qual o dinheiro e a luxúria são postos acima das necessidades básicas de uma vida humana. Dessa forma, evidencia-se que o problema da fome, em todo o mundo, não está associado à disposição dos mantimentos e sim a má gestão desses recursos. Portanto, cabe ao Estados intervir na disponibilidade dos alimentos por meio do legislativo, elaborando emendas constitucionais sobre as quais versem a “taxação” de insumos alimentícios, destinando essa parte aos que vivem abaixo da linha de pobreza. Assim, espera-se que haja a diminuição na taxa de desperdício que ocorre na produção dos alimentos, além da diminuição no número dos que passam fome.