Título da redação:

Política e tecnologia contra a fome

Tema de redação: A questão da fome no Brasil e seus fatores motivadores

Materiais:

Redação enviada em 20/01/2018

O artigo 6º da Constituição Federal de 1988 institui a alimentação como direito social dos cidadãos brasileiros. Todavia, esse direito não é garantido para milhões de indivíduos no país. Embora o problema da fome tenha sido atenuado por algumas políticas públicas de governos anteriores - como o programa Fome Zero que mais tarde foi incorporado ao Bolsa Família - ainda é algo grave e que merece análise, principalmente de seus fatores motivadores. Sobre esses motivos destaca-se no país a existência de grandes áreas de terra que mesmo sendo aptas à agricultura estão improdutivas, e ainda, outras áreas onde é dificultosa a produção de alimentos. Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 40% das grandes propriedades de terra no país se encontram improdutivas. Um dado que indignaria qualquer pessoa que tenha ciência que no Brasil ainda existem muitas pessoas que não tem com o que se alimentarem. Essas grandes porções de terra poderiam estar produzindo uma enorme quantidade de alimentos para a população, mas estão “abandonadas” por seus donos. Só se pode ter uma prospectiva, mas se essas terras produzissem em seu potencial máximo, o Estado poderia distribuir os excedentes aos menos abastados e, no geral, devido à grande produção, o valor dos alimentos diminuiria. Contudo, nem só de terras negligenciadas se constitui o problema da falta de alimentos. Conforme dados do IBGE, o Nordeste é a região com maior número de pessoas atingidas pela fome. Isso ocorre porque, mesmo com a possibilidade de haver terras, a agricultura – até mesmo a de subsistência - torna-se difícil nesse local devido à seca, principalmente no sertão semi-árido. Nesse problema, a tecnologia, aliada dos humanos na obtenção de alimentos desde a pré-história, poderia mais uma vez ser de grande auxílio, pois se não podemos modificar o clima, podemos modificar geneticamente as plantas para atender as demandas humanas. E assim em virtude dos fatos expostos acima, terras sem produzir por abandono e outras sem capacidade de produção devido ao clima, é iminente que haja intervenções. Cabe ao Governo Federal, agindo em conjunto com os Ministérios da Agricultura das localidades, formularem um plano de reforma agrária nacional, com conjuntos de leis e desapropriações que redistribuam as terras que se encontram sem produzir às famílias que desejam nelas trabalhar e gerar alimentos. E também, por meio do Ministério da Educação, estimular nos centros universitários e institutos federais a pesquisa em plantas produtoras de alimento geneticamente modificadas que resistam ao clima semi-árido, algo que já acontece nas regiões áridas africanas. Desse modo, pela política e pela tecnologia, a fome ficará no passado do povo brasileiro.