Título da redação:

Pela fome zero à esquerda

Tema de redação: A questão da fome no Brasil e seus fatores motivadores

Materiais:

Redação enviada em 31/12/2017

O Artigo 5º da Constituição brasileira de 1988 assegura a inviolabilidade do direito à vida para qualquer indivíduo que reside no País. Esse direito, contudo, encontra-se ameaçado, dado que, pesquisas publicadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), apontam que mais de 7 milhões de pessoas ainda passam fome no Brasil. Com efeito, a má distribuição de renda somada a agravantes, tais como desastres naturais, têm sido empecilhos que contribuem para a permanência da fome entre os brasileiros, devendo ser, de fato, combatidos. Nesse contexto, vale ressaltar que a fome é tida como um problema histórico no Brasil. A partir da colonização portuguesa, a concentração de riqueza nas mãos de poucos proprietários de terras associada ao sistema de produção escravista obrigavam os cativos - entre os quais negros trazidos da África e indígenas nativos - a trabalhar muito a troco de quase nada para sua subsistência. Desse modo, as pessoas se viram em uma situação em que não tinham terras - tomadas pelos europeus - para plantar alimento nem meios financeiros para obtê-lo. Todavia, as raízes que a escravidão e o processo predatório de colonização plantaram na sociedade brasileira foram profundas e, ainda hoje, considerável parcela da população convive com a fome diariamente, o que é inaceitável em um país que possui uma agricultura bastante desenvolvida e exporta toneladas de alimentos para o restante do mundo. De outra parte, consoante a Agência da ONU para a Alimentação e Agricultura(FAO), acidentes naturais impactam negativamente no agronegócio, prejudicando a segurança alimentar de milhares de pessoas. Um exemplo recente foi o rompimento de uma barragem no município de Mariana, em Minas Gerais, que, devido a uma enxurrada de lama, provocou a inutilização do solo para a agricultura, principal fonte de alimentação de grande parte da população local. No entanto, tão intenso quanto o desastre foi a caridade dos brasileiros quanto à doação de alimentos às vítimas da tragédia, comprovando, assim, que existe uma forte consciência solidária no Brasil, mas que é ainda insuficiente na erradicação da fome, e isso se deve sobretudo a ineficácia do poder público no enfrentamento a esses tipos de catástrofes. Urge, portanto, que o governo federal e a iniciativa privada cooperem para mitigar a fome. Cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social, a criação de instituições que auxiliem o Programa Bolsa Família, que, segundo dados do FMI, vem demonstrando êxito desde de sua aplicação em 2004, reduzindo consideravelmente os percentuais de desigualdade social no País. Às grandes empresas do setor alimentício, por sua vez, compete promoverem a redução dos preços de seus produtos mediante incentivos fiscais do governo, com intuito de tornar acessível à população de baixa renda a compra de alimentos. Por último, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais(Cemaden), deve contar com a participação ativa da população na prevenção e apoio a acidentes naturais, realizando pesquisas e recrutamentos nas diversas regiões brasileiras.