O Brasil alcançou, na última década, significativos avanços contra a fome, como a saída do Mapa da Fome, possibilitado por políticas assistencialistas. No entanto, no 3° maior país exportador de alimentos, o número de pessoas que não possuem o direito à alimentação adequada alcança os milhões, revelando uma condição alimentada pela desigualdade, corrupção e desperdício de alimentos. O livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, denuncia a condição histórica de uma das regiões mais vulneráveis a fome no Brasil. A indisponibilidade natural de alimentos devido à seca é agravada atualmente por questões sociais, como por exemplo, a dificuldade de acesso a terra, iniciada na Lei de Terras de 1850, que impede a agricultura familiar e de subsistência enquanto beneficia a produção agrícola para exportação, principalmente. Do mesmo modo, a falta de investimento público e direcionamento de verba é um impasse, visto que nessas regiões muitas escolas não recebem recursos para a merenda escolar e o Bolsa Família é de difícil acesso, como revela o documentário “Estrada da Fome”. Assim, os impactos da fome são vastos, atingindo principalmente crianças, que dificilmente desenvolvem-se fisicamente e intelectualmente sem a alimentação adequada, que envolve proteínas, carboidratos, sais minerais e outras substâncias essenciais para o organismo humano. Logo, deve-se atuar principalmente para erradicar a fome no país. Inicialmente, é necessário que o Ministério do Desenvolvimento Social incentive, em parceria com o Ministério da Agricultura, o desenvolvimento da agricultura de subsistência, através de investimentos e oferecimento de cursos sobre o assunto, incluindo técnicas de plantio e plantas ideais para região. Do mesmo modo, o Ministério da Agricultura deve, através de investimento do governo federal, ampliar o acesso a terra pelas populações mais pobres. Ademais, deve-se promover o incentivo às ONGs para auxílio de pessoas carentes e regularizar a situação da abrangência do Bolsa Família e a condição da merenda escolar.