Título da redação:

A volta de uma chaga social

Tema de redação: A questão da fome no Brasil e seus fatores motivadores

Materiais:

Redação enviada em 27/06/2018

Alimentar-se suficientemente e com qualidade é um direito garantido na Constituição do Brasil. No entanto, o que deveria ser um preceito a ser seguido por toda sociedade brasileira não contempla, muitas vezes, famílias de classes baixas da população canarinha. Dentre os principais fatores que contribuem para a permanência e o aumento da fome, destacam-se a injusta estrutura fundiária e a acentuada concentração de renda. A priori, é notória que a falta de acesso à terra é um empecilho para a erradicação da fome no país. Isso decorre, lamentavelmente, da criação da Lei de terras de 1850, na qual estabelecia o leilão de glebas a valores altíssimos dificultando o acesso por pessoas com poucos recursos. Diante disso, torna-se nítido o nascimento de uma das raízes da fome que acomete ampla parcela da sociedade brasileira e que permanece forte nos dias atuais, como os grandes latifúndios improdutivos. Dessa forma, a função social da terra de produzir alimentos, restringe-se a poucos e a exclusão de muitos. Além disso, nota-se, ainda, que a crescente diminuição de renda da população colabora para o aumento da problemática. Isso acontece, infelizmente, devido ao desemprego acentuado nos últimos anos, atrelado a cortes do Estado no orçamento de programas sociais, como o Fome Zero e Bolsa Família. Tal situação rompe com o conceito rousseauniano de contrato social, no qual o Governo, por meio do poder, manteria as regras e vantagens igualmente para todos. Dessa forma, é necessário um maior respaldo financeiro em tais mecanismos de proteção social. Infere-se, portanto, que a adoção de medidas capazes de assegurar a supressão da fome torna-se imprescindível. Faz-se necessário que o Governo, na figura do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em consonância com a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), crie um projeto, destinado a famílias carentes, de redistribuição de terras improdutivas e capacitação técnica para o plantio sustentável de alimentos, com a pretensão de minimizar a fome no país. Somente assim, o direito a alimentação saudável e suficiente concretizar-se-á de forma cabal.