Alimentar-se suficientemente e com qualidade é um direito garantido na Constituição do Brasil. No entanto, o que deveria ser um preceito a ser seguido por toda sociedade brasileira, se restringe a uma minoria. Dentre os principais fatores que corroboram para a permanência e o aumento da chaga social, destaca-se a falta de acesso à terra e a insuficiência de renda para aquisição de alimentos. A lei de terras de 1850, estabelecia o leilão de glebas a valores altíssimos, dificultando o acesso por pessoas com poucos recursos. Nesse sentido, torna-se notório o nascimento de uma das raízes da fome que acomete ampla parcela da sociedade brasileira que permanece fortemente nos dias atuais, como os grandes latifúndios que se destinam a atender o mercado externo. Dessa forma, a função social da terra de produzir alimentos, restringe-se a poucos e a exclusão de muitos. Além disso, a crescente exiguidade de renda presente no país colabora para a permanência da fome. Nessa perspectiva, a recessão econômica vivenciada pelo país, aliada a queda do orçamento e falhas na rede proteção social,infelizmente, como o Programa Bolsa Família nos últimos anos, trazem e propulsionam o flagelo da fome no país. Portanto, tal problemática tem como forte base a questão econômica e defeitos na teia de proteção social, acentuando a dificuldade de acesso a alimentos, pelas camadas mais carentes. Infere-se, portanto, que a ausência de acesso à terras para produção de alimentos, por pessoas mais suscetíveis da sociedade, associada a insuficiência de renda levam ao aumento da fome no Brasil. Para atenuar tal situação, o Governo, na figura do Ministério da Agricultura, aliado ao INCRA ( Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ) devem elaborar um projeto que distribua terras improdutivas à pessoas carentes sem acesso à glebas, somado a isso a capacitação técnica para fomentar a produção de alimentos. Ademais, o Governo deve reformar e ampliar os programas de assistências, afim de diminuir tal retrocesso social .