A situação da fome no Brasil não é algo recente. Esse problema tem raízes históricas e políticas da formação do país. A desigualdade econômica e social, a má distribuição e o desperdício de alimentos são as causas que agravam o problema da fome. Quase 30% da renda do Brasil está nas mãos de apenas 1% dos habitantes do país, de acordo com a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, pelo economista Thomas Piketty. A partir desses dados é notável a desigualdade econômica e social que flagela a nação. De acordo com dados do IBGE, 25,4% da população brasileira vive em situação de pobreza e o maior índice se dá na região Nordeste com 43,5%, esse fator tem maior incidência nos locais interioranos onde o descaso governamental para com os cidadãos nordestinos é notório. A produção nacional de alimentos é mais que suficiente para alimentar todos os brasileiros porém a má distribuição dos alimentos causa a fome. É evidente que isso ocorre pois dados do Ministério da Saúde, em 2016, alegam que 18,9% da população brasileira está obesa, portanto são pessoas que vivem em regiões economicamente privilegiadas e têm condições econômicas que a fome não é capaz de atingir. O desperdício e perda de alimentos acontecem tanto no sistema de distribuição quanto em nível de consumo. Muitas vezes, esses produtos ainda estão adequados para a utilização, só que para cumprir especificações estéticas, acabam sendo mal aproveitados e ganhando destino no lixo. Portanto, é necessário uma melhor distribuição das rendas, dos alimentos e também se faz necessário ações do Governo para que haja mais oportunidades de emprego acabando, assim, com a desigualdade econômica.