Apesar de todo o desenvolvimento econômico e tecnológico apresentado pelo Brasil a partir de meados do século XX, esse não se mostrou suficiente para garantir a erradicação da fome, que atinge pessoas no país por inteiro. Isso ocorre devido principalmente a estrutura fundiária da sociedade, onde não há uma má distribuição de renda e o aumento do PIB reflete apenas em um enriquecimento dos grandes latifundiários, que são a minoria no pais. Nesse contexto, o trabalhador rural não se encontra capaz de competir com a alta produtividade e a tecnologia empregada pelos grandes proprietários de terra, acabando por migrar para as cidades. Esse aumento do êxodo rural é um dos fatores que causam uma ascensão e crescimento das periferias, e essa população, com baixa qualificação e em muitos casos marginalizada, encontra um difícil acesso ao trabalho remunerado e passa a viver em condições precárias. A fome está relacionada principalmente aos trabalhadores rurais, moradores de rua e também das periferias, são pessoas que sofrem uma grande exclusão por parte da sociedade e o baixo nível de escolaridade é um fator inegável no que diz respeito às oportunidades de emprego. Com isso, torna-se ainda mais preciso garantir acesso a educação de qualidade para todos os cidadãos. O aumento de investimentos destinados a esta área e uma política de apoio a agricultura familiar são fundamentais para garantir um trabalho remunerado àqueles que sofrem com a escassez de alimentos, mas é imprescindível que também ocorra a manutenção de programas sociais como o Bolsa Família para promover uma melhor distribuição de renda no país.