Em 2014, Malala Yousafzai e Kailash Sakyarthi se destacaram por ganhar o Prêmio Nobel da Paz – este lutando contra o trabalho infantil e ajudando na reintegração social desses e aquela lutando pelo direito da mulher à educação. No entanto, no Brasil, muitos jovens fazem o contrário, revogando seus direitos constitucionais – expressos na Carta Magna de 1988- e saindo da escola antes de concluir o ensino básico. Com a finalidade de combater essa negligência educacional, a evasão escolar brasileira deve ser discutida. Com o alto índice de crianças e adolescentes saindo das escolas brasileiras antes de sua conclusão, a questão se propaga: Qual seria o motivo para isso? Esse fenômeno decorre por inúmeros fatores, sendo seus principais: o trabalho infantil, o envolvimento com as drogas, a negligência parental, o bullying e o desinteresse no aprendizado. De acordo com uma pesquisa feita pela Fundação Victor Civita, esse último sucede-se pela falta de consideração dos alunos perante a utilidade das matérias ensinadas na sala de aula, considerando grande parte dessas matérias desnecessárias. Além disso, muitos jovens se sentem desencorajados a continuar sua vida escolar, por dificuldade no aprendizado, descaso dos pais, ou pelo desconforto no ambiente escolar e afirmam ser contra o atual modelo educacional, julgando esse ser antiquado e sem relação com o ambiente de trabalho ao qual tanto almejam se ingressar. Porém, de acordo com Kant, todo o cidadão deve ser educado a fim de se empregar morais, disciplina cultura e civilidade – a base para uma sociedade bem estruturada. Com a falta desses fatores muitos dos indivíduos que largam a escola vão trabalhar de modo ilícito, entre eles a prostituição e o contrabando, onde morais e civilidade são muitas vezes deixadas em segundo plano. Tendo em vista que a evasão escolar no Brasil, além de prejudicar o futuro do indivíduo, fere a constituição e por isso é indubitável que o ato deve ser abolido. Para isso, um novo modelo de grade escolar deve ser implantado, assim, tornando o aluno mais interessado e sedento por conhecimento, assim como aproximar a realidade dos alunos com a realidade educativa, provando a sua relação com o ambiente hodierno. Afinal, é incoerente que enquanto alguns lutam pelo direito ao estudo, outros menosprezem esse que lhes foi dado.