Os números da evasão escolar no Brasil são altíssimos. Dentre os principais fatores que contribuem para isso, podemos destacar: ambiente escolar desmotivador e, principalmente, a situação de vulnerabilidade social de muitas crianças. O Brasil é um dos países que mais investem em educação no mundo. Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, o país ocupa a 15º colocação, destinando 5,7% do PIB para a área educacional. Infelizmente, todo esse investimento não se reflete na qualidade do ensino. Ainda, segundo o mesmo estudo, o Brasil ocupa a 53ª colocação, num total de 62 países, quando o assunto é qualidade do ensino. É justamente nesse último ponto que reside um dos principais motivos para a evasão escolar. O estudo só revelou algo que já faz parte do cotidiano dos jovens: professores mal pagos, desmotivados, péssima qualificação e sem plano de carreira, salas de aula em condições precárias, ausência de material didático que dialogue com eles, dificuldade para aprender a matéria, altos índices de repetência, violência, drogas, etc., ou seja, um ambiente totalmente desmotivador. Além do mais, existe também a vulnerabilidade social que influencia de modo significativo no tema em questão. Segundo dados do IBGE e do Ministério da Educação - MEC, os alunos de baixa renda, em sua maioria negros, são os que estão mais propensos a abandonar os estudos para entrar no mercado de trabalho precocemente. O estudo constatou que do total de 1,3 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola sem ensino médio concluído, 610 mil são mulheres. Entre elas, 35%, já eram mães nessa faixa etária. Apenas 2% das adolescentes que engravidaram voltaram para continuar seus estudos. Em relação aos homens, o maior percentual, 63%, estavam trabalhando ou procurando emprego. Portanto, o problema da evasão escolar no Brasil só terá números melhores com uma atuação direta do Governo Federal, através do MEC, criando equipes multidisciplinares compostas por psicólogos, assistentes sociais e professores capazes de identificar e atender as necessidades dos alunos. Devem também elaborar um material didático que dialogue com os alunos e que seja de fácil assimilação. Some-se a isso, uma atuação mais assertiva dos governos estaduais, criando escolas de tempo integral, onde os alunos poderão ter acesso a esporte, cultura, lazer e merenda escolar de qualidade.