Professores, salas de aula, grupos de estudos, bibliotecas. Se para muitos alunos o âmbito escolar representa uma grande oportunidade de mudar de vida, outros enxergam nesses espaços, locais desagradáveis, em que possivelmente suas capacidades seriam limitadas. Não só isso, mas também muitos possuem um grande desinteresse em relação a esses ambientes. Nesse sentido, esses fatores acabam corroborando para o crescimento de um quadro de evasão escolar no Brasil, que é um reflexo de um problema educacional bem maior. Primeiramente, é importante salientar os fatores históricos ligados aos problemas educacionais no Brasil. Se hoje em dia a nossa constituição brasileira de 1988 garante a todos os cidadãos o direito pleno a educação, a algum tempo atrás essa realidade não era presente em grande parte do país e esse direito era restrito somente as classes sociais mais altas. Segundo o pedagogo Paulo Freire, a educação possui o papel de conscientizar os indivíduos de sua condição e os libertar dessa realidade. Nesse contexto, limitar o acesso dessas pessoas ao conhecimento serve como mecanismo de controle social. Prova disso é a restrição dos conteúdos ministrados nas escolas e nas universidades durante a ditadura no Brasil. Além disso, a alta carga de conteúdo presente no currículo nacional, conjuntamente com a falta de flexibilização das matérias faz com que muitos alunos interrompam o ciclo escolar antes da hora. Nesse aspecto, com uma exaustiva carga de disciplinas como alguns conteúdos de matemática, física e gramática, que são obrigatórias segundo a base curricular nacional, muitos alunos criam uma visão pessimista sobre a aplicabilidade dessa teoria que foi passada em sala para a vida fora do âmbito acadêmico. Embora muitos vejam nessa alta carga de conteúdos uma saída para o problema educacional brasileiro, ela pode funcionar como um catalisador para os casos de evasão escolar no Brasil. Fica claro, portanto, que o problema educacional brasileiro é uma consequência de várias adversidades históricas e culturais que se desenrolaram no nosso país ao longo dos anos. Nesse cenário, é indubitável que essa ária necessite de uma grande revolução. Logo, o MEC, em conjunto com as escolas estaduais e municipais, públicas e privadas, deve promover um debate dentro da comunidade acadêmica, com o objetivo de buscar uma saída e elaborar um plano de reformulação da base curricular nacional. Aliado a isso, os estudantes devem questionar e exigir do poder público, ações com o objetivo de melhorar a qualidade dos centros de ensino no país, com o investimento em mais bibliotecas, melhores materiais didáticos etc. Pois somente assim teremos uma revolução na nossa base educacional e consequentemente na nossa história. Pois como pontuou Marx as revoluções são as locomotivas da história.