Dados do IBGE e do Ministério da Educação denotam um cenário preocupante na educação brasileira. Aproximadamente 2,5 milhões de crianças e jovens abandonaram os estudos antes de concluírem o ensino básico. Isto representa, aproximadamente, 6% da população em idade escolar. Observa-se, portanto, que a evasão escolar é um problema crônico de cunho social, e que pode gerar consequências devastadora para o futuro destes jovens. Nesse mesmo diapasão, é possível coligir o fenômeno da evasão escolar com uma série de problemas sociais. Em primeiro lugar, há que se ressaltar que a diminuição do tempo de estudo, principalmente no ciclo básico, praticamente extinguem as chances de ascensão social de jovens das mais baixas camadas sociais. Aliás, tal quadro dificulta a colocação destes no mercado de trabalho, pois muitos não irão atingir a qualificação profissional necessária para empregos que ofereçam melhores rendimentos e, assim, terão que conviver com subempregos ou empregos de baixa qualificação e remuneração. Outrossim, a marginalização é um fenômeno frequente entre aqueles que abandonaram os estudos. Em face da falta de oportunidades profissionais, muitos jovens encaram o mundo do crime como oportunidade, acentuando o problema da violência urbana. Para corroborar com essa afirmação, lança-se mão de um estudo realizado pelo professor Evandro Camargo Teixeira, da Universidade de São Paulo, que concluiu que os índices de violência urbana acompanham proporcionalmente o aumento da evasão escolar. Desse modo, é possível correlacionar a diminuição do tempo de estudo com menores rendimentos individuais, aumento das chances de marginalização, agravamento de problemas de saúde e redução da expectativa de vida. Dessarte, analisar as causas deste fenômeno é uma tarefa complexa, haja vista a pluralidade de condições socioeconômicas e culturais em que muitos desses jovens estão inseridos. Todavia, é possível traçar um paralelo entre tais circunstâncias e identificar possíveis causas da evasão escolar. Deste modo, as principais causas que podem ser elencadas são: falta de estrutura familiar, miséria, necessidade de trabalho precoce para compor a renda familiar, questões culturais – como a desvalorização da educação no seio familiar –, falta de professores, falta de motivação para o estudo e ausência de unidades escolares. Nesse sentido, é possível propor uma série de medidas que possam atenuar os níveis da evasão escolar Em primeiro lugar, os governos, cada um em sua sede de atuação, devem criar programas de valorização da educação junto às famílias dos alunos, destacando a importância desta fase do jovem para o seu futuro. Ademais, o estudo sobre a criação de um programa social, que condicionasse o recebimento do benefício à presença do jovem na escola, poderia reduzir a evasão escolar e o trabalho precoce. Além disso, a criação de novos centros de educação para jovens e adultos, para aqueles que abandonaram os estudos. Por fim, a rediscussão da Lei de Diretrizes Básicas da Educação (LDB), envolvendo educadores, Executivo e Legislativo, é um ponto importante que pode favorecer a modernização do sistema de educação brasileiro.