Título da redação:

Individualidade e preconceito: a depressão permanece

Tema de redação: A questão da depressão e seus impactos na sociedade

Redação enviada em 29/10/2016

No século XIX, a Literatura Ultrarromântica brasileira possibilitou diversos autores – como Aluísio de Azevedo – tratarem de suas angústias e sofrimentos relacionados à proximidade da morte devido seus diagnósticos de tuberculose. Contemporaneamente, esse estado de espírito corrobora para a disseminação da depressão no país, em que ,atrelado à falta de informações e a dinâmica incessante das cidades, perpetua problemáticas à qualidade de vida dos cidadãos. Em primeiro plano, a disparidade acerca dos estereótipos ligados à doença evidencia a desinformação existente na sociedade. Nota-se, pelo senso comum, um vínculo erroneamente praticado no cotidiano, por exemplo, a falta de apetite, indisposição e as mudanças bruscas de humor como fatores ocasionados pelo próprio paciente, ou seja, conclui-se que a persistência da depressão repete à deficiência da predisposição da cura. No entanto, esse preconceito, como no ataque terrorista do grupo Al Qaeda, em 2001, nos Estados Unidos, no qual se espalhou o pensamente da vinculação desse atentado ao islamismo, há uma enorme generalização e déficit de racionalidade ao lidar com tal questão, o que ocasiona a segregação e a perpetuação da mazela nacional. Em segunda análise, a rotina dos centros urbanos engendra no surgimento de novos casos. Nesse sentido, a teoria do paradoxo moderno, do sociólogo Georg Simmel ,relata que as variadas comunicações interpessoais ,nas metrópoles , construíram civis mais introspectivos e individualistas. Analogicamente, é possível perceber demasiados meios para a fuga dessa diversidade comunicacional, seja nas redes sociais ou em locais privados, por meio do qual o contexto urbano é comumente esquecido. Logo, os aspectos depressivos são elevados com a falta de sociabilidade do indivíduo, cujas consequências poderá afetar sua saúde mental e fisiológica. Destarte, a complexidade moderna atrelada ao baixo reconhecimento da gravidade da doença acumula impasses na temática. No sentido de erradicar tal paradigma, o Ministério da Saúde poderia, com especialistas e investimentos contínuos, construir centos de atendimento com monitoramento e supervisão dos assistidos em diversas localidades do território, possibilitaria, assim, na desconstrução de estereótipos e o tratamentos da doença de forma adequada e eficiente. Paralelamente, o Ministério da Justiça e a imprensa deveriam, com a participação de profissionais da área, divulgar propagandas nos meios televisivos com o intuito de fomentar debates e questionamentos sobre a persistência de atitudes antissociais das pessoas. Assim sendo, permitiria um inventivo para seu diagnóstico e possíveis procuras por especialistas , o que ameniza, enfim, o caráter ultrarromântico brasileiro.