A depressão é uma doença que afeta milhões de pessoas. Mais que um desequilíbrio hormonal, ela é o resultado da interação de fatores socioeconômicos, emocionais, culturais e de saúde, que abalam o equilíbrio mental e físico dos indivíduos. Essa é uma enfermidade que acompanha os seres humanos há séculos, e que carrega consigo o preconceito e a falta de cuidado e de atenção que as pessoas têm para com os outros e consigo mesmas, dificultando a percepção da doença e a busca por tratamento. A proporção histórica da depressão tem como exemplo o “banzo” dos escravos africanos. A privação da liberdade e a saudade da terra e das raízes culturais os entristeciam profundamente, fazendo com que eles cometessem, muitas vezes, suicídio. Essa enfermidade caminha através dos séculos e se intensifica com o estilo de vida capitalista e adonista das sociedades. A pressão perante aos indivíduos para que exerçam corretamente os papeis sociais previamente designados pela cultura, desequilibra não só a saúde física, mas o bem-estar mental das pessoas. Visto que os indivíduos estão submetidos a um estresse constante, que prejudica todas as estâncias da saúde, o número de pessoas propensas à depressão e que já possuem a doença aumenta de forma alarmante. Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde -, 350 milhões de pessoas no mundo possuem a enfermidade. O combate ao preconceitos em relação à doença (que é frequentemente interpretada como preguiça ou como um simples mal-estar) é essencial para que quem a possui receba o devido tratamento, e para que os países, como o Brasil, que abriga 18,4% dos casos, diminuam estes os altos índices. A depressão é, portanto, uma doença histórica, mas que se faz mais presente entre os indivíduos na medida em que as cobranças e as pressões sociais aumentam. A presença de psicólogos nas instituições educacionais e nas empresas é muito importante, de modo que eles desenvolvam grupos de apoio, nos quais as pessoas exercitem a expressão verbal e física, liberando, coletivamente, aflições internas. Como também, palestras e eventos informacionais gratuitos, como iniciativa dos governos locais, com a presença de médicos e especialistas, devem ser fornecidos à população, para que adquiram conhecimento sobre e doença e saibam quando buscar ajuda.