A sociedade atual vive uma era na qual é frequente encontrar pessoas que convivem com doenças psicológicas como a depressão, que se manifesta também fisicamente e transforma as relações sociais, seus afazeres e até mesmo o seu próprio olhar das coisas. Ainda muito discriminada e desconhecida para muitos, a depressão age silenciosamente e tem sintomas que podem ocorrer corriqueiramente, portanto é difícil se autoanalisar e compreender a gravidade do problema, fato o qual atrasa o tratamento da doença. A falta de vontade de trabalhar, sair de casa e realizar tarefas básicas da vida são motivos para que a sociedade confunda a depressividade com falta de esforço e preguiça, mas na verdade o que falta é conhecimento sobre cada sintoma e a gravidade do problema. A depressão traz muito mais que confinamento e desânimo, podendo ocasionar pensamentos negativos, a diminuição drástica da autoestima e ainda pode consumar tentativas e o suicídio propriamente dito. A cada dois suicídios um ocorre pela depressão e pela devastação que a mesma causa no psicológico e físico da vítima. O Brasil se tornou o terceiro país com o maior índice de deprimidos segundo um estudo publicado em 2011, comprovando a necessidade em se falar e cuidar dos deprimidos e daqueles que podem vir a ser. É um alerta de emergência, é uma situação que precisa de atenção e cuidado. Falta compreensão sobre o assunto, suas causas e consequências. O sistema público deve considerar a doença tão grave quanto, por exemplo, o câncer, criando centros de tratamentos com psicólogos, psiquiatras e enfermeiros de prontidão e para acompanhamento. Os remédios, ainda tão caros, devem ser distribuídos gratuitamente quando se tiver receita por um médico especialista, pois a depressão não aborda por classe, cor ou sexo, está em todos os locais, em todas as classes e é preciso erradica-la. O tratamento ainda envolve a interação social que deve ser feita junto a família e com pessoas que entendem sobre o paciente. Ainda se falta falar e reconhecer que a depressão pode acontecer com qualquer pessoa. Ainda falta conscientizar a população e ajuda-la a passar por isso. Não se pode brincar ou acreditar que a depressão é uma jogo ou um ato preguiçoso. Nenhuma outra doença é vista desta forma e não deve olhar somente para ela com outros olhos.