A depressão, doença caracterizada pela mudança de humor e estado de anedonia, em seu portador, é cada vez mais frequente entre os brasileiros. É o que aponta um recente relatório emitido pela Organização Mundial de Saúde(OMS). Estima-se que 5,8 % dos brasileiros apresentem sintomas de depressão, tornando o Brasil o terceiro país na classificação mundial dos maiores índices da doença. Entre os principais dificultadores no combate à depressão, estão o estigma social e os preconceitos existentes ao redor do problema. Conhecida também como “o mau do século XXI”, a depressão hoje é a segunda principal causa no mundo de morte de jovens, entre 15 e 29 anos, informação também levantada pela OMS. Apesar da crescente atenção ao redor desse problema, é fato que a incompreensão ao redor do tema colabora para que muitas das pessoas depressivas sequer suspeitem que seu constante temperamento melancólico é na verdade uma doença que possui tratamento, e em até 80% dos casos pode ser completamente revertida. É evidente, portanto, que os levantamentos feitos pela OMS e por outras organizações são subestimados, e a depressão atinge muito mais pessoas na realidade do que nas estimativas. O relatório da OMS, constatou ainda que o número de pessoas com depressão cresceu 18% desde 2005. Entre os principais fatores responsáveis por esse crescimento, está paralelamente o crescimento do isolamento social, e da artificialidade das relações, em um mundo cada dia mais conectado. Para o sociólogo Zygmunt Bauman, que escreveu análises sobre as relações humanas na pós-modernidade – chamada por ele de modernidade líquida –, a ideia de progresso foi transferida da ideia de melhoria coletiva para a de sobrevivência individual. Dessa forma a pressão encarada pelos indivíduos do século XXI é maior do que a de qualquer geração anterior. Tendo em vista o problema apresentado, é preciso que parcerias entre o governo federal e a mídia sejam feitas, com intuito de informar melhor a população sobre depressão e seus efeitos, por meio de campanhas publicitárias sejam feitas. Outra medida que deve ser adotada para combater a depressão por parte do governo federal, é a aprovação da obrigatoriedade de exames de saúde mental periódicos, feitas por todo quadro de funcionários públicos. Essa medida pode ser estendida também a iniciativa privada, por meio de isenções fiscais, as empresas que adotarem os exames de rotina, para verificação da saúde mental de seus funcionários. Por último é de vital importância que psicólogos e psiquiatras sejam contratados pelo sistema público de saúde em quantidade suficiente para atender a demanda da população. Esses, são os primeiros passos para enfrentar esse grave problema de saúde pública, que afeta com tanto rigor a sociedade nos tempos modernos.