Segundo Jean-Paul Sartre, filósofo francês, o ser humano é nada mais do que ele faz de si mesmo. Portanto, para que seja possível atingir o bem-estar geral, recai somente sobre o homem o compromisso de dar suporte aos mais necessitados. No entanto, no século XXI, esse dever não é cumprido em sua totalidade, vide a ínfima importância dada à questão da depressão – doença que se alastra cada vez mais na sociedade brasileira. Nesse panorama, torna-se imprescindível analisar seus impactos tanto na saúde, quanto na economia do país. Em uma primeira análise, faz-se como uma das principais motivações do suicídio a depressão. Esse paradigma social alicerça-se na falta de apoio do corpo social, o qual, muitas vezes, taxa a doença como “frescura” e exige esforço pessoal do enfermo para superar os sintomas – dentre os quais predominam a tristeza e o desânimo pra viver. Nesse sentido, há uma íntima relação entre essa realidade e o pensamento do filósofo Albert Camus, o qual afirma que o único assunto sério na filósofia é o suicídio, de forma a expor a importância do debate acerca de suas motivações, o que, no Brasil, ainda é escasso. Dessa forma, ao secundarizar essa pauta, o Estado e a sociedade acastelam outros problemas concernentes à saúde pública. Ademais, cabe pontuar que o Produto Interno Bruto – PIB - do país tende a decrescer com o aumento dos casos dessa enfermidade. Esse quadro econômico instaura-se como subproduto dos sintomas da doença, os quais afetam a produtividade da mão-de-obra de diversos setores da economia, sobretudo do agronegócio – maior contribuinte do PIB brasileiro -, dentre os quais figuram, em sua maioria, trabalhadores do campo marginalizados e sem o devido aparato médico. Destarte, como consequência de diversos fatores sociais que tornam a depressão um tabu, o potencial econômico da nação não há de atingir o seu total aproveitamento. A fim de construir, dessa maneira, uma sociedade capaz de avançar celeremente no sentido da homeostase social, cabe ao Poder Executivo Federal, em consonância com o Ministério da Educação, promover a reestruturação do debate acerca da depressão desde o ensino primário, por meio da produção de materiais escolares que a abordem como uma doença própriamente dita e apontem seus sintomas e tratamentos, bem seminários para educadores de como aplicar o conhecimento desses materias em sala de aula. Assim, como disse Sartre, o ser humano fará dele mesmo um