Conhecida como "o mal do século", a depressão é caracterizada pela perca ou diminuição de interesse e prazer pela vida. Apesar do aumento de campanhas de conscientização, segundo a Organização Mundial da Saúde, os casos de depressão aumentaram quase 20% na última década. Nesse contexto, cabe analisar como a falta de empatia e a negligência social provocam tal problemática. Segundo as obras do sociólogo Zygmunt Bauman, na liquidez do momento, o egocentrismo e o individualismo tornam o ser humano indiferente ao próximo, todos se tornam descartáveis e substituíveis. Isso acontece porque em uma sociedade hipercapitalista, a busca constante por um padrão de sucesso ocasiona em uma população extremamente competitiva e incapaz de se colocar no lugar do outro, aumentando o isolamento social e a sensação de impotência diante de si mesmo ao lidar com a pressão social. Vinculado à falta de empatia, a inadvertência com a depressão também é responsável pelo agravamento do problema. A doença ainda é vista muitas vezes como um tabu, até mesmo entre profissionais da saúde. Para muitos, a condição de estar deprimido é associada à preguiça ou desculpa. O prejulgamento e o preconceito acabam acarretando no silêncio da vítima, que se sente oprimida, com uma sensação de exclusão cada vez maior, o que pode ocasionar o suicídio. Segundo a psicóloga Alexandrina Meleiro, nove em cada dez casos de suicídio poderiam ser evitados se os sinais não fossem banalizados. Em virtude disso, torna-se imprescindível pensar a respeito de políticas públicas que tenham como objetivo promover o debate e conhecimento sobre depressão e saúde mental, sempre incentivando a procura de profissionais qualificados para o diagnóstico da doença. O investimento em saúde mental se coaduna com o Desenvolvimento Sustentável, uma vez que uma pessoa com boa disposição mental é capaz de produzir, consumir e contribuir para a sociedade. Além de alcançar melhor desenvolvimento pessoal e qualidade de vida.