A depressão foi considerada pela OMS, Organização Mundial da Saúde, o “mal do século”, em razão do amplo alcance na população mundial e por ser responsável por grande parte dos suicídios. Uma das maiores causas da depressão é a solidão, sentir-se só no mundo é raiz de muita angústia e ansiedade para um animal social como o ser humano. Tendo isso em mente, os distúrbios da mente possuem um terreno fértil em uma sociedade individualista. Ter depressão pode deixar a pessoa sem motivação e energia para praticar qualquer atividade, ainda mais quando se é vista como inútil por uma sociedade que avalia o valor de seus integrantes pelo trabalho que ela realiza, pois “o trabalho enobrece o homem”. O comportamento depressivo pode ser visto como uma “frescura” por várias pessoas, o que acaba desestimulando a busca pela diagnose e tratamento de algum distúrbio. A sociedade, movida por uma busca pela eficiência e pelo lucro, se desenvolveu de forma a estimular a individualidade, deixando sua população com uma sensação maior de solidão. Esse estímulo ao individualismo pode ser constatado, por exemplo, quando a carga horária dos empregos desejados, e dos cursos almejados, cresce de forma a tomar todo o tempo necessário para a socialização do indivíduo, passar um tempo formando amizades ou cultivando as já existentes. As doenças mentais precisam ser encaradas com a seriedade que lhes diz respeito, pois é algo sério que afeta a vida de milhões, para incentivar essa mudança no tratamento devem ser feitas campanhas publicitárias e mutirões explicando o que é a depressão e suas consequências. Uma maior socialização deve ser almejada com uma legislação trabalhista que assegure o tempo livre do trabalhador, monitoramento da carga horária teórica e efetiva das universidades e escolas, e melhor manutenção das praças e outros espaços de lazer, para ter aonde encontrar com as pessoas e socializar