Título da redação:

A romantização da tristeza

Tema de redação: A questão da depressão e seus impactos na sociedade

Redação enviada em 25/06/2017

O Romantismo foi uma poderosa e revolucionária escola literária brasileira. Uma de suas características mais fortes era o apego que seus autores possuíam pela morte e qualquer outro assunto fúnebre. A sua tristeza e morbidez podem enquadrar a vertente romântica como a primeira corrente com aspectos depressivos. Essa doença, considerada como o Mal do Século 21, vem crescendo nos últimos anos, afetando toda sociedade, ceifando vidas, travando o progresso pessoal e desmentindo qualquer romantização da tristeza. E tal moda, que embeleza a depressão, vem acontecendo fortemente. Produções da mídia, como a Saga Crepúsculo, mostram, mesmo que indiretamente, personagens tristes e isolados como algo aceitável e popular; além disso, mais recentemente, a produção da Netflix "13 Reasons Why", está gerando polêmica por ser um potencial gatilho para o suicídio. Tudo isso pode levar a uma banalização do problema da depressão e seu risco de vida, à medida que a mídia torna normal tais sentimentos. Pois, quem possui a depressão, compreende que não há beleza nessa doença. Nos jovens, por exemplo, a incapacidade de estudar, de se encaixar no mercado de trabalho e o isolamento social são resultados nada agradáveis para quem possui tal mal, além de custarem muito aos cofres públicos, uma vez que isso se torna apenas o primeiro passo para outras doenças mentais que demandam assistência. Portanto, não é difícil perceber que a questão da depressão e seus impactos encontram fundamentos até mesmo na mídia e afeta toda a sociedade. E para, ao menos, dar os primeiros passos na erradicação do problema, os Governos Estaduais, junto com prefeituras, podem instalar centros de apoio à vida com atendimento psicológico especializado e linhas telefônicas de combate ao suicídio; também, a educação escolar tem papel importante no que diz respeito ao senso crítico para com produtos midiáticos e para entender a gravidade da depressão, gerando cidadãos mais responsáveis e conscientes, sempre lembrando-se da máxima de Paulo Freire: "a educação não muda o mundo, ela muda as pessoas, pessoas mudam o mundo".