A depressão assola cerca de 350 milhões de pessoas ao redor do globo, além de ser a maior causadora de tentativas de suicídio, apesar disso, continua sendo uma das doenças mais incompreendidas. Isso faz com que os afetados por ela estejam sujeitos à inúmeros preconceitos, além de inibidos ou inaptos em reconhecer que são portadores da doença, bem como de procurar auxílio médico. De fato, ainda há um tabu em torno da doença, que estigmatiza seus portadores por associá-los à fraqueza e inadequação. Na realidade, as pessoas em geral têm dificuldade em entender a depressão como uma enfermidade, pois o senso comum tende a confundir episódios de tristeza, comum a todos os humanos, com depressão. Ademais, a previsão é de que, em 2020, a doença da alma seja a principal causa de incapacitação no mundo. Além disso, a depressão pode ocasionar outras doenças, como os problemas cardiovasculares, por exemplo. No entanto, no Brasil, mesmo ocupando a terceira posição entre os países mais depressivos do mundo, o atendimento psiquiátrico é precário- quase 80% dos depressivos estão desatendidos- e os que contam com atendimento são apenas medicados, sem passar por nenhum tipo de psicoterapia. Sendo assim, tendo em vista o número de afetados, além da extensão das consequências da depressão na sociedade e na qualidade de vida dos enfermos, é necessário que o atendimento correto seja priorizado pelo Ministério da Saúde. Logo, este deveria capacitar os clínicos gerais para identificar a depressão, para que, assim, o tratamento adequado possa ser prescrito levando em conta o grau de depressão. Além disso, é necessário mitigar o preconceito que acomete boa parte da população, para isso são necessárias campanhas educacionais que promovam o esclarecimento em relação a doença, ajudando as pessoas a identificar os sintomas da depressão, mas, sobretudo, é imprescindível que todos compreendam que o depressivo é um ser humano enfermo- que sofre intensamente.