A apropriação cultural é uma discussão que trata do uso indevido de culturas feito por grupos e instituições. Apesar de ser um tema polêmico, é de suma importância o seu debate em uma nação tão miscigenada como o Brasil, conhecida mundialmente pela sua vasta cultura. Ao longo da história, diversos povos, através de seus costumes, colaboraram para a formação do país. Índios, africanos e europeus, inicialmente, estavam com seus comportamentos intactos, porém, o contato entre esses grupos permitiu que elementos culturais fossem trocados, gerando uma nova cultura; processo denominado pela Antropologia de aculturação. Exemplo disso é a Umbanda, religião brasileira de matriz africana que incorporou entidades do catolicismo europeu, como a Virgem Maria, em seus cultos. Esse fenômeno foi natural, heranças africanas e portuguesas fundiram-se, sem nenhum grupo sair prejudicado ou desrespeitado. O contato saudável de culturas é benéfico, entretanto o problema surge quando, visando ao lucro, o real significado de elementos culturais é alterado. Atualmente, os mais criticados por isso são as empresas de publicidade, visto haver casos em que modelos brancos são vestidos como indígenas para a divulgação de uma nova coleção de roupas. Assim, símbolos como cocares e pinturas corporais, os quais possuem conotação espiritual para diversas tribos, viram meros enfeites. Diante disso, é necessário que ONGs e secretarias governamentais de apoio à diversidade mostrem a população, por intermédio de palestras e campanhas televisivas, que o contato respeitoso entre culturas só traz vantagens, como demonstrado por grande parte da história nacional. Por fim, a sociedade deve organizar, através das redes sociais, boicotes às empresas que utilizarem erroneamente uma cultura, de modo a impedir que isso se repita.