Título da redação:

Por favor, sem consagração de símbolos ou objetos!

Tema de redação: A questão da apropriação cultural no Brasil

Redação enviada em 02/03/2017

Desde tempos remotos, os homens adotam símbolos ou objetos para representar grupos, religiões ou povos. A estrela de Davi, por exemplo, há pelo menos 3000 anos representa tanto o judaísmo como o povo judeu. No Brasil, com a crescente reafirmação da cultura e da religião afrodescendentes, símbolos, tais como o turbante, a trança afro e o rastafári, são usados por pessoas negras. O uso desses símbolos por pessoas que não são afrodescendentes tem sido motivo de discussões, onde acusam-se de uma apropriação indevida da cultura africana. No entanto, se não há uma intenção, não há uma apropriação. Por um lado, o turbante é usado com fins ideológicos fazendo referência à cultura africana. Pode-se encontrar o turbante em cartazes de movimento negro, como vestimenta oficial de religião afrodescendente e como peça de vestuário comum de pessoas engajadas em temas relacionados à cultura africana. O cantor baiano Carlinhos Brow usa com frequência o turbante para fins ideológicos. Por outro lado, após o uso do turbante por modelos em um evento de moda, chamado Fashion Week, algumas pessoas aderiram ao uso do turbante como um simples apetrecho de moda. Assim, não se pode consagrar o turbante, ou qualquer outro objeto ou símbolo, com fins ideológicos, no caso o da causa afrodescendente. Dessa forma, o uso não intencional de objetos ou símbolos não deve ser encarado como uma afronta a grupos ou a povos. O governo e as escolas devem conscientizar a sociedade sobre o uso de símbolos que podem levar a reações ideológicas. Em contrapartida, os grupos de movimentos afrodescendentes e pessoas envolvidas em tais causas devem encarar de forma mais natural o fato de alguns símbolos serem tomados como elementos de moda. Com isso, teremos menos um motivo de discórdia.