A sociedade é notadamente marcada pela alteridade, isto é, pela diversidade do meio que, ao passo em busca agregar os povos igualitariamente, também convive com a pluralidade cultural. Tal impasse gera uma importante discussão sobre até que ponto as relações de obtenção de bens culturais são reflexos da interação humana em um mundo globalizado, ou um ato de apropriação da cultura alheia, respaldado pelo etnocentrismo. É certo que o mundo como se conhece hoje é produto de uma mescla de diversas culturas. Contudo, quando se fala em apropriação, o termo vai muito além do uso recreativo de símbolos de outros costumes. O que ocorre atualmente é a comercialização de bens, pautada no discurso da hibridização da cultura, a fim de obterem lucros com produtos negando sua representatividade simbólica. Com isso, grandes marcas, revistas e empresas criam um mercado que se aproveita de expressões históricas. Nesse contexto, é importante analisar que, de fato, existe um processo de mescla de culturas. Mas isso não significa que a representatividade de grupos religiosos, ou até países tenham desaparecido. Joost Schmidt afirma que a diversidade cultural é essencial mesmo em um mundo globalizado, uma vez que só a partir da multiplicidade se constrói processos democráticos. Assim, fica claro que apesar do inerente processo de interação cultural, a sociedade deve buscar a valorização das diferentes culturas. Uma boa medida seria formar cidadãos conscientes da importância do respeito pelos símbolos culturais, por meio de debates promovidos nas escolas e até mesmo com a produção de literaturas mostrando as diferentes culturas e suas representatividades, que poderiam ser distribuídos nos bairros para sociedade. Dessa maneira, construir uma sociedade que saiba se mesclar de maneira plural.