A apropriação cultural está inteiramente ligada ao uso de um símbolo cultural referente a um povo dominado (ou explorado) por um grupo social dominante. No brasil, de acordo com a construção histórico cultural do país, esse primeiro grupo é essencialmente negro e o segundo composto por pessoas de pele branca. Dessa forma, a divisão de opiniões sobre esse tipo de apropriação traz à tona uma séria preocupação referente anulação cultural afro, tal como foi no início do brasil colonial com a escravidão. Em primeiro lugar, nos últimos anos, muito tem se dado destaque a símbolos e artigos da cultura negra. No brasil, por exemplo, a cantora Anita tem exaltado, por meio de música e vídeos, a mistura de povos e culturas, tal como demonstra o clip da música medicina (2018). Sendo assim, do ´´ponto de vista branco´´ a visibilidade da miscigenação brasileira e a utilização de assessórios afro por pessoas de pele clara tem como finalidade principal mostrar a aceitação e a condenação do racismo referente aos povos explorados do país. Todavia, a utilização de artigos do povo negro pela moda, por exemplo, tem transformado esses artefatos em meras mercadorias, esvaziando-os de seus significados sociais. Dessa maneira, assim como foi no início da escravidão brasileira, ao retirar o sentido dos assessórios afro a identidade negra também se perde, tornando esse grupo social suscetível a dominação. Além disso, a comercialização desses símbolos culturais não tem trazido benefício social algum na luta negra por igualdade. Portanto, tendo em vista os argumentos apresentados, é evidente que o maior problema da apropriação cultural é o esvaziamento de significado de elementos culturais negros no mundo do comércio. Sendo assim, é de suma importância que o poder legislativo crie e aprove um projeto de lei que faça com que os produtores desses assessórios encaminhem, com cada uma de suas mercadorias, informativo sobre o significado e a origem do produto a fim de estabelecer um vínculo entre mercadoria e consumidor por meio da história a ele pertencente. Dessa forma os objetos de cultura afro, mesmo usado por brancos, serão reconhecidos, contribuindo para a aceitação e contemplação dos costumes e valores da sociedade negra brasileira.