O processo de apropriação cultural é o apoderamento de símbolos de uma cultura por outra dominante, passando a usá-los como seus. Todavia, essa situação não é de hoje e sim histórica, uma vez que em muitos países houve um embranquecimento por meio de potências dominantes, como a Europa. O eurocentrismo ocorrido no nosso país, por exemplo, foi imposto por um padrão de valores, tanto culturais quanto sociais, enaltecendendo as características europeia e criando um modelo de sociedade considerado correto. Mulheres de pele branca, magras e com cabelos liso, são os moldes julgados certos por grande parte das pessoas e, muitas vezes, essa imagem que é exposta nas revistas. Com a globalização isso se intensificou ainda mais, já que somos uma comunidade capitalista e tudo é visto como produto. Recentemente, a indústria cultural lançou uma nova tendência, o uso de turbantes como acessório. No entanto, esse complemento é originalmente de cultura africana e muitas vezes utilizado como ornamento religioso no candomblé. Ele é um símbolo de resistência à discriminações negras e quando inserido na moda, torna-se um objeto de consumo, o qual as pessoas usam sem saber seus significados e origem. Colocamos no mercado a moda negra, mas não os negros pois esses apetrechos são expostos no comércio por modelos do molde europeu. Em vista disso, temos que ter em mente que cultura é o fruto das experiências humanas e através dela buscamos a preservação da nossa identidade pessoal e social, por isso quando empresas lançarem na mídia objetos de um povo devem também mostrar o contexto em que estão presentes.