Título da redação:

Entre a exclusão e a empatia

Tema de redação: A questão da apropriação cultural no Brasil

Redação enviada em 19/03/2017

O termo apropriação cultural refere-se ao uso de elementos próprios de um grupo humano por um povo de outra cultura. Essa prática, apesar de dissociar o objeto e seu criador, marginalizando-o, pode ser o caminho para o respeito a minorias, desde que existam compreensão e conscientização neste processo. A mentalidade imperialista, a qual enaltece os valores europeus, se enraizou na sociedade brasileira desde o período Colonial. Dessa forma, o capitalismo lucra com símbolos de povos nativos e africanos, enquanto esses sofrem com o preconceito e a exclusão social. Isso acontece, pois as indústrias, principalmente da moda e do entretenimento, comercializam o produto sem sua significação, o que propicia a perda do protagonismo das minorias, alienando-as de suas próprias tradições. Os movimentos de resistência, apesar de manterem o orgulho a sua ancestralidade, atitude positiva para que adquiram respeito, muitas vezes, tentam impedir o intercâmbio cultural, criticando a apropriação individual, quando a pessoa usa componentes de outros povos. No entanto, essa conduta é intolerante, pois além de limitar a liberdade, impossibilita que a cultura seja apreciada e reconhecida pela alteridade, assim acaba por segregar ao invés de combater o racismo. O apoderamento de simbologias de um grupo pode funcionar como ferramenta de empatia ou marginalização. Portanto, o governo deve empoderar minorias étnicas, enquanto o preconceito deve ser combatido por meio de campanhas, para que o eurocentrismo não permeie empresas, substituindo tradições por bens de consumo. Aos expoentes discriminados da população, cabe a divulgação dos significados de seus elementos e o diálogo, visando o conhecimento, para que haja reconhecimento e respeito entre os indivíduos com diferentes descendências.