Vivemos em um país muito rico em culturas, pois devido a nossa colonização e aos povos nativos de nossa nação , possuímos um grande acervo de costumes. No entanto, apesar de termos incorporados em nosso dia a dia determinados hábitos, principalmente africanos e indígenas, é válido ressaltar a importância dos grupos originários destas práticas e a maneira opressora e, muitas vezes, desrespeitosa como nos apossamos delas. Sendo que, atualmente, muitos desses elementos são utilizados por nós em muitos setores, como na moda, na culinária, na fala. Porém, poucos indagam-se se o fato de estarmos nos apropriando disto é ético ou não, se é respeitoso ou não. A indústria da moda adotou muitos adereços, principalmente, das etnias africana e indígena e lucra, até hoje, muito com isso. Todavia, as mesmas grifes que põem seus modelos para desfilar com tais apetrechos e roupas personalizadas representando esses povos, provavelmente, só ganham aplausos e fazem sucesso pelo fato de pertencerem a uma cultura déspota e há muito tempo considerada ''superior''. Muitos hábitos presentes em nosso cotidiano são pertencentes a essas etnias, na fala, por exemplo, temos a palavra dengo, na culinária temos o vatapá , o tacacá. Esses elementos foram incorporados e não criados por nós e, só perduram até hoje, porque foram adotados por povos dominantes, caso contrário teriam sido massacrados, criminalizados e esquecidos, como, infelizmente, aconteceu com muitas tradições. Dado isso, é perceptível a maneira, algumas vezes, banal como tomamos para nós as tradições de grupos oprimidos e como isso é considerado normal em nossa sociedade. Sendo assim, é necessária a criação de um programa televisivo de escala nacional que fale da questão da cultura de nosso país, não só com o intuito de valorizá-la, mas também para esclarecer suas origens, tratar de problemas como o preconceito e a apropriação, abrindo espaço para debate com os telespectadores através das redes sociais.