A questão da apropriação cultural no Brasil gera debates e divide opiniões. Há aqueles que veem nesse um meio de desqualificação de elementos identitários e os que visam esses apenas por um viés estético. O que gera uma polarização de pensamentos, decorrente de concepções muitas vezes errôneas, acerca do uso de certos elementos. É fato que a apropriação de itens dá-se quando a industria cultural e estética, daqueles dominantes, toma para si os meios de empoderamento de um povo que é marginalizado, que por consequência perdem o seu valor ideológico. Como é o caso dos turbantes, dreads e o RAP, pois são considerados "sujos e ruins", que fazem parte da cultura afro-brasileira, mas ao serem usados por indivíduos brancos são vistos como símbolo de rebeldia e crítica social. Sabe-se também que isso tornou-se mais forte após o crescimento da economia brasileira, o que gerou uma luta de classes, como debatido por Karl Marx. Posto que, aqueles, antes, sem poder aquisitivo hoje apresentam maior poder de consumo e ascendem socialmente. Uma vez que, em acordo com os pensamentos de Marxistas esse embate dá a oportunidade da indústria lucrar com os meios de identificação daqueles subjugados, pois atribuir valor monetário a determinados elementos -que muitas vezes podem apresentar caráter sagrado- desqualifica esses símbolos e os movimentos militantes dessas minorias. Ademais, o país foi construído devido a mistura de povos africanos, europeus e ameríndios. Por isso, a assimilação cultural é inevitável, assim como no sotaque nordestino ou nas danças típicas sulistas. Outrossim a junção de características provenientes de povos distintos foi o que originou o multiculturalismo brasileiro, como pregado por Milton Santos. Fica claro ,portanto, que o Brasil é um país miscigenado e que o debate sobre apropriação cultural se faz necessário como uma medida para entender à sociedade. Por isso, as escolas podem realizar palestras e feiras para explicar aos alunos sobre a importância de certos instrumentos no empoderamento dos povos. Sem contar nas ONGs, juntamente com o governo, que podem realizar palestras em empresas e ações nas cidades, afim de esclarecer sobre os movimentos militantes dessas minorias, o motivo pelo qual existem e seus objetivos, para assim desmistificá-los..