O multiculturalismo da sociedade brasileira é evidente e possui fundamentos históricos, remetendo ao processo de colonização. Toda essa heterogeneidade cultural é expressa através de elementos ao mesmo tempo simples e complexos, como o jeito de se preparar uma refeição, um sotaque e uma vestimenta. Uma simples peça de roupa pode carregar em si as raízes culturais de uma etnia e expressa seus valores, sua arte e suas dores. Atualmente, grupos étnicos anteriormente opressores se apropriam de certos elementos culturais de povos que foram duramente oprimidos ao longo do processo histórico, causando nestes um sentimento de indignação e criando revoltas que criticam essa prática. Esses movimentos geram um dilema ético, pois impedir que uma pessoa se expresse fere os direitos humanos. No entanto, é preciso verificar o motivo de tais revoltas e críticas. É entendido que essa apropriação se dá sem um conhecimento prévio dos valores e do simbolismo por trás de determinado elemento, causando sua banalização e fazendo com que sua origem fique meramente nas sombras. Esse ato aparentemente simples e ingênuo, empobrece a riqueza cultural e histórica de determinada expressão. Sendo assim, medidas são necessárias para resolver o impasse e conscientizar a população acerca do assunto. O M.E.C(Ministério da Educação e Cultura) deve instituir palestras ministradas por historiadores e sociólogos em locais públicos, para que a população se informe acerca da complexidade cultural dos povos e seus simbolismos, resolvendo assim o problema da falta de conhecimento. Além disso, o Governo Federal deve investir uma maior parcela dos impostos na educação, para que a elaboração de materiais da disciplina de História e Sociologia sejam mais completos e aprofundados, possibilitando uma melhor formação para os alunos e evitando que o problema persista no futuro.