A adoção de alguns elementos específicos de uma cultura por um grupo cultural diferente, descreve a chamada apropriação cultural. Contudo, questões estruturais e estruturantes implicam em discussões que divergem opiniões; de um lado aqueles que defendem o desrespeito a cultura alheia; por outro lado aqueles que persistem na tecla da democracia e a liberdade. Dessa maneira, buscar a compreensão da maioria que o Brasil é um país de miscigenação cultural e que essa diversidade está enraizada na história, torna-se uma tarefa árdua em um mundo dotado de padrões e influências da mídia. Historicamente, o país foi colonizado por portugueses nos quais depararam-se com índios e tentaram civilizar esses. Mais tarde, a comercialização de africanos para labutas desgastantes no Brasil fez com que houvesse um choque de informações; onde cada cultura foi deixando uma semente pelo caminho e brotou o que temos hoje: um formigueiro cultural. São tantas religiões, crenças, culturas e informações distintas que é complicado saber qual realmente é a original. Atualmente, veio à tona a notícia de uma moça branca, que ao raspar o cabelo devido a um câncer, e decidir utilizar um turbante foi julgada por duas outras mulheres, negras, afinal esse acessório seria de uso exclusivo a negros. Tal pensamento demonstra o fato de culturas oprimidas historicamente não aceitarem a assimilação de outros grupos dominantes no mesmo contexto datado. Porém, a democracia rege o país e a liberdade de expressão é bem-vinda, se um indivíduo ou alguém sentir-se a vontade ou identificar-se com algo esse pode assimilar suas ideologias com outras distintas. A mídia possui uma influência gritante nas ações e no comportamento da sociedade, sendo responsável principalmente por impor tendências e padrões. Ou seja, se a mídia colocar um turbante a tona, boa parte começara magicamente a adorar e consumir esse produto. É um ciclo vicioso de persuasão e consumismo. Em suma, a apropriação cultural sempre esteve presente na sociedade, essa mostra apenas um respeito e uma admiração pela diversidade cultural, sendo uma forma de abraçar um passado marcado por sofrimento e transformar em um presente onde os diferentes se abraçam e se aceitam. É necessário que haja a conscientização do respeito sendo cultivado em escolas com debates principalmente em aulas de sociologia e história. A participação familiar na aceitação do que difere ao comum também deve ser um assunto corriqueiro. Cabe também a mídia mostrar o quão lindo nosso país pode ser e sem estereótipos do que deve ou não ser usado. Só assim, a apropriação cultural será vista com mais respeito.