Título da redação:

A miscigenação como identidade social

Tema de redação: A questão da apropriação cultural no Brasil

Redação enviada em 04/03/2017

A teoria Funcionalista do sociólogo Talcott Parsons define como elementar para a harmonia e o desenvolvimento social os diversos fatores que a compõe. Contudo, não é o que ocorre com a escolha cultural no Brasil. Nos primórdios da civilização, a interação entre índios, portugueses e africanos foram os coeficientes primordiais para a construção da identidade nacional do país-que é caracterizada pela miscigenação das diversas etnias. Todavia, mesmo sendo preponderante a heterogeneidade, os conflitos relacionados à apropriação cultural progrediram na nação brasileira, o que acarretou no desequilíbrio do bem-estar social e implicou na continuidade do preconceito. Imerso nesse âmbito, a instabilidade do bem estar no meio social está prismatizada nas discussões de existir ou não a apropriação cultural em um país heterogêneo, cuja sociedade é constituída de fatores gênicos cíclicos, o que demonstra a aproximação entre negros e brancos a partir de um mesmo ancestral em comum. Ainda nesse pensamento, é válido ressaltar a errônea interpretação de “cultura” como algo privatizado de determinada civilização sem que possa suceder a outros indivíduos diferentes. Entretanto, é possível notar, a partir do caso da jovem Thauane Cordeiro, a qual foi reprimida por mulheres negras que a acusaram de “apropriação” de elementos característicos da população afro, o surgimento de conflitos envolvendo, não só a intolerância de livre escolha, mas também na amplificação do preconceito, visto que a jovem era branca e, como esta relata ao jornal G1, foi criticada por negras que não aceitavam o uso de suas crenças por “brancos opressores”. Incessantemente, é perceptível que a apropriação cultural nada mais é do que um novo termo para designar o preconceito existente na contemporaneidade brasileira. Ademais, José de Alencar na obra O Guarani, exemplifica, de forma brilhante, a miscigenação do índio com o europeu e demonstra a variabilidade genética que constitui o povo brasileiro. Por analogia, é importante perceber que não há, no Brasil, elementos que caracterizem as diversidades dos genes presentes, pois o país tem em um de seus pilares, a sua variedade. Desse modo, reprimir um indivíduo por usar elementos que são mais presentes em outros grupos é uma forma de preconceito cultural. Em síntese, é explícito que o preconceito entre os povos está se ramificando e se manifestando em diferentes formas de atrito social. Destarte, medidas são imprescindíveis para resolver o impasse. Em parceria com o Estado, o corpo docente de instituições renomadas devem promover campanhas midiáticas em escolas a fim de exemplificar a inexistência de uma cultua individual no país. Outrossim, faz-se necessário a coibição das formas repressão cultural, deixando evidente no corpo social que a cultura do Brasil é a mistura de seus povos, sem distinção de raça, gênero ou escolha de elementos culturais.