O termo “apropriação cultural” tem ganhado notoriedade devido ao atual cenário social. Sendo assim, é importante salientar que a cultura, segundo a antropóloga Ruth Benedict, é a lente na qual os indivíduos veem o mundo, englobando comportamento e costumes coletivos. Visto isso, mesmo com a gradativa homogeneização provocada pelo histórico brasileiro e pela a globalização, determinados grupos mantêm suas tradições ancestrais, sendo contrários a incorporação de seus elementos culturais a outros indivíduos, tendo como objetivo evitar a perda da identidade. Desse modo, é indispensável analisar as causas e as consequências desse ocorrido na sociedade. Vale ressaltar que o Brasil evidencia a miscigenação desde de sua formação. Sabe-se que antes de 1500 o território era habitado por nativos e a partir da colonização o país recebeu diversos imigrantes, como europeus, asiáticos e africanos, todos carregando consigo características de sua origem, tornando a cultura local rica em contrastes. Sendo assim, torna-se paradoxal alegar a apropriação em um local de tanta diversidade, já que cada habitante possui traços que não partem de um único ponto, mas de diversas ramificações. Além disso, é preciso entender que proibir o acesso a objetos de determinados costumes acaba aumentando a exclusão social. Aliás, um quadro como esse foi visto quando uma jovem branca, que havia perdido o cabelo por conta de uma doença, foi criticada por mulheres negras por estar usando um turbante considerado da cultura “afro”. Dessa maneira, torna-se inadequado catalogar indivíduos de acordo com características e impedir o acesso a diversos artefatos específicos, pois a Constituição Brasileira garante a liberdade de expressão. Pode-se perceber, portanto, muitas medidas poderiam ser tomadas para que houvesse uma maior tolerância as diferenças do próximo. O Ministério da Cultura poderia realizar palestras para que todos pudessem compreender os seus costumes locais, utilizando os meios de transmissão de mídia e as redes sociais, fazendo vídeos, textos e fotos para conscientização. Outrossim, a população também deve procurar apender mais sobre as diferenças, buscando informações em livros ou na internet. Vale lembrar que segundo Immanuel Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele, logo seria importante se as escolas realizassem projetos, como feiras culturais, para melhorar a compreensão dos estudantes. Destarte, com essas iniciativas, o conhecimento transformaria o olhar de todos.