Recentemente, com o aumento da popularidade da Uber, empresa de transporte privado, motoristas de diversas empresas que utilizam o serviço de táxi começaram a mostrar sua insatisfação, desde a organização de protestos até a reprodução de discursos de ódio aos seus concorrentes. Esse acontecimento gerou uma indagação sobre haver realmente espaço para todos no mercado de trabalho. De acordo com os taxistas, os motoristas da Uber não passam pela mesma dificuldade para conseguir trabalhar no ramo, pois não necessitam ter um alvará para atuar na profissão, algo que é estritamente essencial para alguém que deseja trabalhar com o serviço de táxi. Esses até chegaram a defender a proibição dos serviços da empresa privada, não obtendo sucesso. Por outro lado, os clientes da Uber mostram-se muito satisfeitos com o serviço e, ao mesmo tempo, o comparam com o serviço de táxi, que alegam ser inferior por não possuir o mesmo conforto e o mesmo respeito, devido ao fato de muitos taxistas optarem por rotas mais longas para gerar lucro e cometerem assédio a muitos passageiros. Assim, a natureza da infelicidade dos taxistas é duvidosa: seria realmente descontentamento pela injustiça ou por haver um concorrente com um serviço de maior qualidade? Portanto, o que deveria ser feito por parte dos taxistas seria lutar pela abolição do alvará ou até mesmo exigir que os motoristas da empresa rival tenham a mesma obrigação - e não buscar pela proibição do serviço. Do contrário, não possuem causa para protesto, uma vez que, numa sociedade capitalista, cada empresa deve ter seu espaço no mercado de trabalho.