São Paulo, Abril de 2016. Taxistas cercam e destroem veículo do Uber e agridem seu motorista. Cenas como esta são cada vez mais comuns nas capitais brasileiras neste ano. A Guerra Civil entre Uber e Táxis chama a atenção da população para uma falta de profissionalismo e o dito medo da concorrência cada vez mais aparente. Ao redor do mundo, o Uber já foi regularizado em mais de 50 países e a tendência é dobrar esse número até 2017. A Arábia Saudita, por exemplo, investiu 3,5 bilhões na empresa na última semana, tornando a “startup” uma das mais valorizadas do mundo neste ano. Esse investimento, não só financeiro, por parte do Estado, representa o sucesso dessa parceria. O Sindicato dos Taxistas do Brasil diz repudiar os atos de violência cometidos pelos seus colaboradores. Entretanto, não se vê nenhuma nota ou declaração de incentivo a resolução do problema em um ambiente de diálogo. A selvageria contra os motoristas do Uber comprova a falta de preparo psicológico dos taxistas. Quem age dessa forma num momento como esse, não se mostra qualificado emocionalmente para, por exemplo, lidar com o “stress” de um engarrafamento em horário de pico. Hoje, segundo o IBGE, 12 milhões dos trabalhadores do país são terceirizados, o que representa uma fatia de aproximadamente 25%. O Uber nada mais é do que uma terceirização dos táxis. A Uber, como multinacional, e avaliada em US$ 63,5Bi, pode lutar muito mais pelos direitos de seus funcionários, tendo poder e influência para tal. A saída para a discussão conflituosa acerca do transporte privado pessoal não é simples; de início, o Governo deve regulamentar e incentivar a criação de novas empresas concorrentes ao Uber. Dessa forma, o sindicato orientaria os taxistas a se filiarem a essas empresas, recriando o conceito de táxi. Ao final deste processo migratório, o próprio Sindicato dos Taxistas poderia formar parte de um Conselho, como o CRM dos médicos, destinado a cuidar dos assuntos desse setor.