Desde o século XVI, a cultura desenvolvida em solo brasileiro foi reprimida em prol da que era típica de nações desenvolvidas. Nesse sentido, hoje ainda é comum que museus e monumentos que expõem aspectos do país sofram abandono e depredação. Isso fica evidente quando tragédias, como o recente incêndio do Museu Nacional, ocorrem por conta do descaso do Governo para com a preservação física desses locais. Dessa maneira, órgãos públicos devem voltar-se à manutenção e valorização do legado histórico do Brasil. Outrossim, a situação precária da infraestrutura pode ser vista como uma continuidade da mentalidade colonial. Nesse sentido, percebe-se a validade do pensamento do filósofo Platão, o qual define que o caráter de um governo expressa as características dos cidadãos. Dessa maneira, fica claro que o pouco interesse que as pessoas têm pela história do próprio país, além da pouca apreciação de centros e obras culturais, faz com que a administração estatal não siga uma política específica de cuidados com eles. É constatado, também, que a construção forçada de uma cultura "tipicamente brasileira", como por exemplo o Carnaval e o Futebol, relegam reais tradições a segundo plano. Tal concepção atende ao conceito de Indústria Cultual, preconizado por pensadores como J. Habermas, o qual defende que a significação histórica perdeu espaço para os interesses comerciais. Assim, esses espetáculos são meros produtos mercadológicos que restringem a visão do mundo e da população sobre o país. A problemática, portanto, possui bases milenares e precisa ser solucionada. Para isso, o Poder Legislativo deve criar uma lei que atente à conservação física da cultura. Deve, para esse fito, definir a obrigatoriedade de todos os museus e monumentos passarem por vistorias de segurança a cada meio ano, destinando recursos ao Ministério da Cultura para essa realização. Ao Ministério da Educação, cabe o papel conscientização geral, primeiro a partir de aulas específicas de História, Sociologia e Artes sobre o assunto. Depois, deve definir trabalhos baseados no debate com pais e conhecidos sobre a importância da preservação. Desse modo, haveria maior responsabilidade governamental e social com a questão.