Em 2018, o Museu Nacional, localizado no Rio de Janeiro, sofreu um intenso incêndio que danificou boa parte de sua estrutura. Essa tragédia levantou diversos debates acerca das precárias condições do patrimônio histórico brasileiro, destacando os impactos do descaso estatal na temática. Nesse sentido, fatores de ordem governamental, bem como social, caracterizam os dilemas da preservação da história cultural do país. É importante pontuar, de início, a negligência do Estado quanto aos museus e demais instituições brasileiras. Segundo o portal de notícias BBC, apenas 2 dos 13 planos de governo para a presidência nas eleições de 2018 apresentam propostas relacionadas à preservação do patrimônio histórico. Esse fenômeno expõe uma clara característica estatal do país de completo descaso e abandono desse importante tema. Nesse contexto, a falta de verbas e o estado de invisibilidade do setor caracterizam um caótico quadro de deterioração da memória cultural do Brasil. Tal realidade torna-se ainda mais preocupante com a chamada PEC do Teto, que, ao limitar os investimentos em educação e cultura, ameaça ainda mais os patrimônios brasileiros. Outrossim, tem-se as implicações da precarização dos museus no país. À guisa do pensamento de Paulo Freire, a educação é capaz de transformar a sociedade. Nesse sentido, os acervos históricos, enquanto espaço de conexão da ciência e da cultura, desempenham um papel fundamental para a construção e reconstrução de uma nação, possibilitando as mudanças previstas por esse célebre educador. O Brasil, entretanto, vive uma negação de seu patrimônio histórico, com a destruição do Museu Nacional, do Museu da Língua Portuguesa, entre outros, comprometendo não só a memória cultural, como também a formação cidadã do povo brasileiro. É notória, portanto, a relevância de fatores governamentais e sociais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe ao Estado, por intermédio dos órgãos responsáveis, destinar maiores investimentos ao setor cultual do país. Essa intervenção deve contar com a realização de reformas e melhorias nos espaços físicos dos museus a fim de garantir a preservação dos patrimônios brasileiros, minimizando os casos de destruição e incêndio dessas instituições. Ademais, é dever das escolas, em consonância com a mídia, destacar a importância histórica desses espaços à sociedade. A ideia da medida é, a partir de visitas escolares a museus, além de telenovelas que abordem o assunto, consolidar no país uma consciência coletiva da necessidade de cuidados e valorização da cultura nacional, assegurando, assim, uma formação cidadã mais completa aos brasileiros.