Em concordância com os imperativos categóricos propostos por Immanuel Kant, as ações humanas devem buscar, primordialmente, o bem comum, fazendo com que sejam equivalentes a leis universais. No entanto, ao deparar-se com a situação dos patrimônios históricos brasileiros percebe-se a deficiência ética da sociedade, visto que a somatória do descaso publico com o vandalismo deterioram os bens nacionais. Posto isso, é evidente a urgência de subterfúgios para a preservação e manutenção dos tesouros memorias do pais, para que o passado não tenha suas marcas apagadas do presente. É incontrovertível que o desleixo governamental com a manutenção está entre os principais fatores contribuintes para destruição dos bens materiais e suas representações do que um dia ja existiu. De acordo com a Constituição Cidadã de 1988, é dever do Estado a manutenção do patrimônio material e imaterial brasileiro. Assim, é possível perceber que a gestão contraproducente dos órgãos públicos, como a falta de direcionamento de verbas para manutenção e reformas de estabelecimentos antigos, tornam mais recorrente o desgaste e a destruição dos patrimônios, provocando imensuráveis perdas culturais. Desse modo, sem o compromisso estatal com a preservação desses bens, a cultura canarinha só tende a perder. Ademais, a postura cidadã para com os monumentos públicos deixam a desejar, uma vez que o vandalismo e a depreciação desses são a materialização da desvalorização da historia nacional na sociedade hodierna. Conforme Kant e Vygotsky, a educação e o meio de inserção, respectivamente, são fatores determinantes na formação humana. Nesse sentido, nota-se que o deficit educacional e o desconhecimento acerca dos deveres cívicos reflete diretamente nas lacunas morais do brasileiro, assim como na irreverência da sociedade vigente expressadas em forma de pichações e depredações de estatuas, prédios e locais históricos fundamentais para a preservação das memórias do povo brasileiro. Logo, sem que aja uma postura mais consciente da população, a precária situação danosa aos patrimônios históricos não será facilmente melhorada. Depreende-se, portanto, que medidas devem ser tomadas para uma maior valorização do passado brasileiro. Destarte, cabe ao Governo Federal protagonizar a melhoria no tratamento dos monumentos e estrutura para assegurar a sua durabilidade, mediante a investimentos e verbas publicas e a contratação de profissionais especializados, a fim de que o melhor possa ser feito. Além do mais, faz-se mister, que o posicionamento da sociedade diante dos memoriais seja aperfeiçoado, e para isso a escola deve educar os alunos comprometidos com o bem comum, por meio do rearranjo das aulas de historia e sociologia, voltando-as, também, para a aplicação de conceitos e princípios de cidadania, além de promover excursões e passeios com o intuito de aprofundar os conhecimentos históricos dos discentes. Sendo assim, talvez, a ética possa ser mais evidente nas atitudes cotidianas e a preservação possa se tornar uma lei universal adotada por todos.