Em 1938, sob ameaça de invasão nazista, a França evacua suas obras de arte para locais seguros visando proteger a herança e identidade do país. Esse feito evidenciou o valor dado ao patrimônio francês, que mesmo na iminência de uma guerra, priorizou a conservação do seu tesouro nacional. Já no Brasil, nas últimas décadas, a realidade é antagônica. O total descaso e precarização do acervo cultural brasileiro, motivados pela falta de investimento governamental e desinteresse da população, tem causado a destruição do mesmo. Em primeira análise, a crônica redução de verbas é a principal responsável pelo fechamento e incêndios ocorridos nos museus, que encaram diversos problemas na estrutura. O pífio investimento e a escassez de recursos voltados para a preservação e melhorias destes ambientes causam tragédias, como por exemplo a que ocorreu no Museu de Ciências Naturais em Minas Gerais, ou em 2015 no Museu da Língua Portuguesa em São Paulo e, mais recentemente, no Museu Nacional no Rio de Janeiro. Nesses locais o fogo destruiu parte ou a maioria de seu acervo cultural. Cerca de 82% dessas instituições federais não tem recebido o valor integral para manutenção e consequentemente, por falta de opções, fecham sem previsão para reabertura. Outro responsável pela precarização do patrimônio histórico-cultural é a falta de interesse da polução. Instituições com estrutura para receber milhares de pessoas, não recebe nem a metade, o que diminui a arrecadação por parte das visitas e também contribui para a falta de incentivos financeiros. O diretor do Museu Nacional, em entrevista, declarou que o último presidente a visitar o local foi Juscelino Kubitschek (1956-1961). Não bastante o desinteresse, alguns brasileiros ainda vandalizam os patrimônios público, com pichações e destruição dos mesmos. Como por exemplo a estátua de Carlos Drummond de Andrade, que se encontra num ciclo constante de conserto e depredação. Portanto, visando preservar o que resta da história e identidade brasileira, é necessário a criação de políticas para proteção do acervo cultural para as presentes e futuras gerações. O governo deve destinar uma maior porcentagem de verbas públicas para a manutenção desses museus. Alem de criar projetos que sensibilizem a população e promovam uma educação que valoriza a reflexão sobre nossa herança, através de aulas especificas de artes e história nas escolas e faculdades. Desse modo, a população se conscientizaria da necessidade de salvar nosso legado histórico e cultural.