Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Redação enviada em 22/09/2018

A crise política, iniciada com os desdobramentos da Operação Lava Jato, trouxe caos à diversos setores da Administração Pública, como a saúde, a segurança e a educação. Porém, o incêndio do Museu Nacional tornou notório o descaso com relação a uma das obrigações do Estado, que é a preservação do patrimônio histórico, pouco abordado na mídia, mas que possui urgência, assim como os outros setores, pois guarda consigo o legado da história brasileira. Miguel de Cervantes, em Dom Quixote, diz que a história é testemunha do passado, exemplo do presente e advertência do futuro. Além disso, segundo o historiador Boris Fausto, é necessário que os erros cometidos no passado sejam conhecidos e entendidos para que não sejam cometidos novamente. No Brasil, essa importância é ainda maior pois, diz Fausto, a enorme influência da escravidão no processo de construção da sociedade e da noção de identidade brasileira, que possuem pouco mais de uma década, faz com que a história brasileira deva ser usada como justificativa para as atuais mazelas sociais, o que de fato é. Nesse sentido, a falta de preservação de objetos e documentos brasileiros compromete a compreensão dos atuais problemas sociais e políticos. Outro ponto importante é relação entre o desrespeito para com o patrimônio histórico e o desenvolvimento do país. Conforme artigo da Folha de São Paulo, é possível correlacionar indicadores socioeconômicos, como educação e distribuição de renda, com a conservação de museus, indicando que países que investem na manutenção e na propagação da própria história e que a torna acessível e palpável às diversas camadas da população, contribuem para a valorização e para o desenvolvimento dos cidadãos. Nesse contexto há dois cenários que se encontram em algum momento: a ignorância dos governantes e do povo brasileiros leva à negligência com a própria história e a negligência leva à ignorância. Diante disso, é possível concluir que o problema necessita de soluções urgentes, que levem em consideração a importância da história para a atual conjuntura politica e social em que o Brasil se encontra. Para que isso ocorra, o Ministério da Cultura, por meio do Instituto Brasileiro de Museus, IBRAM, e do Instituto do Patrimônio Artístico Nacional, IPHAN, devem tirar do papel o Plano Nacional de Museus e investir na reforma das instalações antigas e na instrução de agentes e servidores acerca do combate de da prevenção contra incêndios para que não aconteçam tragédias como a do Museu Nacional.