Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Redação enviada em 22/09/2018

“O Brasil ainda não é propriamente uma nação.” Assim escreveu o sociólogo brasileiro Octavio Ianni ao considerar que o “todo” deveria ser uma união de todas as “partes”. Culturalmente, essa tese respalda-se quando é analisado o baixo peso que o governo emprega em patrimônios históricos, implicando na falta de reconhecimento identitário do Brasil pátria. A priori, a precarização do patrimônio histórico do Brasil desvela o cinismo governamental. Isso, pois vilipendiar uma convenção social da qual o zelo pela história sociocultural é primazia para uma noção de pátria, é mostrar-se cego para com valores morais. Assim, o desprezo da União pelos centros históricos se dá pela secundarização dos investimentos. Prova disso é o habitual não acompanhamento inflacionário e o não reajuste de verbas para a conservação e segurança de museus, fagulha para desastres, como o incêndio no Museu Nacional, em setembro de 2018. Ademais, as implicações desse descaso atingem a própria identidade do Brasil. Erra quem pensa, assim como a vanguarda futurista europeia, que museus são empecilhos para a evolução humana, pelo contrário, são alicerces para a consciência social-histórica e consequente base para o ascendimento ético humano. Desse modo, seu desprezo resulta na exclusão de grupos que contribuíram para a formação cultural, como a população pré-colombiana, bem como considera vil fatos históricos importantes, como o período imperial brasileiro. Por isso, é inviável o descaso com o acervo histórico para o Brasil. Fica claro, portanto, a baixa seriedade governamental como o patrimônio histórico e a consequente perda de identidade do país. Com isso, urge que o Poder executivo envie recursos financeiros à pasta da Cultura, para essa, com ajuda de universidades, focalize alvos de investimentos e melhorias, como a preservação e segurança de museus, para evitar infortúnios, como o do Museu Nacional. Com essas medidas, não haverá perda da identidade brasileira, e a lembrança histórica abraçará todos os fatos e grupos formadores da pátria, tornando, pois, o Brasil nação dos fundamentos de Octavio Ianni.