Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Redação enviada em 20/09/2018

De acordo com o artigo 216 da Constituição Federal, o patrimônio histórico brasileiro deve ser protegido e preservado, por meio da ação do poder público, com o apoio da comunidade. Entretanto, a negligência governamental aliada a crescente desvalorização dos bens históricos pela população são fatores que impedem que o ideal pregado na carta magna seja de fato cumprido. Dessa forma, configura-se um cenário de intensa precarização da herança cultural do país. Em primeira análise, o descaso do poder público é fator determinante para a acentuação da problemática. Segundo pesquisas da Universidade Federal de Viçosa, 100% das edificações de relevância histórica do país estão ameaçadas por insetos xilófagos, tornando evidente a necessidade de intervenções urgentes do governo. Assim sendo, tal realidade, em conjunto com a recorrência de tragédias, como incêndios, demonstram a negligência vigente no Brasil, onde o destino de verbas para a preservação do patrimônio histórico é escasso. Além disso, é importante ressaltar, também, que a sociedade brasileira não trata o acervo histórico do país como algo relevante. Tal fato é constatado pela ocorrência de pichações em monumentos, igrejas, tornando explícita a desvalorização do patrimônio pelos cidadãos. Dentro desse contexto, a raiz do desinteresse por parte dos indivíduos está na deficiência do setor educacional em formar brasileiros que tenham conhecimento acerca da história nacional e reconheçam a importância da preservação da memória para a identidade cultural do país. Diante do exposto, evidencia-se a necessidade de intervenções que atenuem a precarização do patrimônio histórico da nação. Segundo o sociólogo Gilberto Freyre, sem um fim social, o saber se torna a maior das futilidades. Logo, recomenda-se que a Receita Federal aumente a disponibilidade de verbas destinadas à conservação dos acervos históricos, e, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), promova a melhoria das condições estruturais desses locais, bem como da sua segurança. Por fim, deve haver a inserção, pelo Ministério da Educação, de novas disciplinas na grade curricular dos estudantes que visem estimular o conhecimento histórico e, principalmente, formar indivíduos que reconhecem o patrimônio como essencial na manutenção da identidade cultural do país.