A Constituição de 1988 estabelece a todos o direito ao acesso às fontes de cultura e ao bem-estar social. No entanto, atualmente, a precarização do patrimônio cultural impede que a população desfrute de tal direito. Nessa perspectiva, é preciso avaliar os fatores que favorecem esse quadro de descaso cultural. É indiscutível que as interrelações entre o indivíduo, a política e o Estado influenciam no impasse. Afinal, um país é formado de bens culturais que podem ou não ser tangíveis, contudo, um Estado que demonstra negligência com o seu patrimônio histórico renuncia o seu passado e compromete a sua cultura. Desse modo, o incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, demonstra prejuízos no campo histórico, etnológico e antropológico de cidadãos desatentos com a política de manutenção cultural. Dessa maneira, é perceptível que acidentes em localidades de valor histórico são frutos da falta de cuidado humano. Nesse sentido, segundo Zygmunt Bauman, a era pós-moderna é marcada pela liquidez dos fatos, e o descomprometimento político no orçamento financeiro para com a história nacional é uma característica de relações políticas e econômicas voláteis. Diante de tal contexto, infere-se que é preciso inserir solidez na política governamental voltada à cultura. Urge, portanto, a necessidade de zelar pelos bens culturais nacionais. Logo, cabe ao Ministério da Cultura destinar um maior valor financeiro para as instituições de conservação do patrimônio histórico, e isso pode ser feito por meio de um planejamento monetário com o Governo Federal. Somente dessa forma, o Brasil poderia superar a precarização dos espaços de patrimônio material.