Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A precarização do patrimônio histórico brasileiro e suas implicações

Redação enviada em 18/09/2018

O artigo 216 da Constituição Federal de 1988 assegura a proteção do patrimônio cultural brasileiro. Entretanto, os frequentes relatos de abandono e descaso desses bens vão de encontro a esse artigo. Com efeito, evidencia-se a necessidade de ações estatais que visem, urgentemente, proteger o patrimônio histórico de sua precarização. Em primeiro plano, a falta de verbas prejudica a manutenção do patrimônio. A esse respeito, ocorridos como o incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, devido às péssimas condições físicas do local, revelam a baixa valorização, que permite com que acervos únicos sejam perdidos. Essa perda se dá para além do âmbito material, visto que o significativo trabalho destinado à pesquisa é apagado. Esse cenário degradante, consequentemente, fragiliza o acesso à informação e o melhor entendimento sobre o passado histórico do país, o que deve ser descontruído, sob pena de prejuízos para toda a sociedade. De outra parte, a coletividade também possui papel fundamental na valorização do patrimônio. Nesse sentido, segundo o filósofo Pierre Bourdieu, o capital cultural, isto é, o ganho relativo à educação e cultura durante a formação cidadã é tão importante para a vida do indivíduo quanto o capital econômico. Logo, considerando o Brasil como um país diverso em termos de possibilidades de acesso à cultura, é dever da escola formar alunos dotados de senso crítico e conhecimento, pois, somente assim, serão capazes de valorizar o patrimônio nacional. Urge, portanto, a necessidade de que o artigo 216 da Magna Carta do Brasil se torne realidade na prática. Para isso, cabe ao Ministério da Educação e Cultura (MEC) realizar debates nas escolas, abertos à comunidade escolar, incluindo alunos, pais, professores e funcionários, por meio de apresentações feitas por graduandos em Museologia e História, visando orientar a população quanto à importância do patrimônio. Além disso, o IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por meio de parcerias com a iniciativa privada, deve realizar reformas estruturais nos museus mais antigos do país. Dessa forma, o acesso ao capital cultural, idealizado por Bourdieu, seria mais amplo e democrático.