Em 1500, antes do avanço português sobre a terra tupiniquim, os índios resguardavam e perpetuavam sua identidade através da oralidade. Atualmente, no entanto, a preservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro deixou de ocupar uma posição de destaque na pauta governamental. Nesse contexto, o descaso público somado a falta de cobrança da população auxiliam na deterioração da biografia nacional. Deve-se pontuar, inicialmente, que a estagnação do governo perante o acervo cultural não é recente. Cabe relembrar, dessa forma, que nas ultimas décadas diversos foram os episódios de destruição de artefatos irrecuperáveis como, por exemplo, o incêndio no Memorial da América Latina e no Museu da Língua Portuguesa, nos quais varias peças foram perdidas, evidenciando a ausência de amparo institucional para com a manutenção dos locais de conservação do patrimônio. Além disso, percebe-se que a população brasileira, principalmente em decorrência da falta de informação, não reivindica medidas que visem a proteção do tesouro nacional. Vale ressaltar, ainda, que na atual conjuntura a preocupação da popular dirige-se a outras esferas. Convém analisar, assim, que a situação de crise econômica instalada no país, auxilia no surgimento de deficiências em setores primários, como a saúde, educação, moradia e o acesso a saneamento básico, em meio a tantas problemáticas os indivíduos concentram suas reivindicações na melhora de atendimentos considerados essenciais à sobrevivência digna. Em contra partida, a história da nação vai se deteriorando e com ela a força identitária tão arduamente estabelecida. É evidente, portanto, que a preocupação indígena em resguardar sua identidade deve ser resgatada. Para tanto, é preciso que a Câmara dos Deputados em conjunto com o Senado Federal instituam uma verba específica para preservação das instituições que resguardam os patrimônios históricos do país. Além disso, é necessário que a mídia divulgue os museus e memórias, abordando sua importância para a afirmação nacional, utilizando telenovelas que usem a temática, por exemplo, trazendo o assunto para as discussões familiares. Só assim, o Brasil estará encaminhando-se para um país onde o passado faz parte do presente.