“Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo". A citação de George Santayana, filósofo espanhol, abrange muito bem a realidade de um Brasil que preteriu seus ricos patrimônios históricos ao silenciar-se diante do incêndio no Museu Nacional. Sendo assim, a falta de entendimento acerca do significado da História para uma nação incentiva seu povo a nunca procurá-la para decidir seu futuro, uma vez que sua repetição é indubitável. Além disso, pode-se afirmar que o povo brasileiro é culturalmente desinteressado por suas próprias memórias, que formam o presente e, certamente, moldarão o futuro. Com isso, a desvalorização dos nossos patrimônios vem sendo cada vez mais decorrente e implicativa na construção de uma sociedade que visa a prosperidade com medidas ultrapassadas e indivíduos movidos à medidas fáceis que jamais solucionarão os problemas de um país socialmente decadente há séculos. Ademais, os investimentos assegurados pela Constituição Federal em seu artigo 216 são desprezados pelo governo. Em consequência disso, o acervo da Biblioteca Nacional, por exemplo, corre risco, expondo, mais uma vez, a abstenção dos recursos que deveriam proteger nosso legado histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. Dessa forma, é imprescindível que tal situação seja alterada por meio de todas as instituições sociais antes que tal situação se torne emergencial. É necessário, assim, que o Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura e da Educação, promova o que a Carta Magna assegura, como a proteção ao acervo histórico, através de investimentos nos patrimônios físicos e incentivo ao estudo dos mesmos no ensino básico das escolas brasileiras, visando a sua valorização e o entendimento de sua importância para o desenvolvimento de uma sociedade futura flexível, capaz de não perpetuar a precarização do patrimônio histórico.