O trágico incêndio ocorrido no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, reavivou os debates sobre um problema pouco discutido: a precarização do patrimônio histórico e cultural brasileiro. Isso ocorre devido à desvalorização do acervo cultural por parte da população e pelo descompromisso das autoridades com políticas de resguardo cultural. Atualmente, a sociedade brasileira não reconhece o merecido valor para suas obras de arte. As estátuas e monumentos expostos em praça pública não raro são objetos de pichações. Por sua vez, o pensador Tugueniev afirma que "a arte de um povo é sua alma viva, o seu pensamento, a sua língua no significado mais alto da palavra". É necessário, por conseguinte, que a sociedade brasileira compreenda o quão valoroso são suas obras que estão em museus. Ademais, é imprescindível que algo seja feito para evitar que outros acidentes aconteçam. Outrossim, o que impede que o problema seja resolvido é o descaso dos governantes que não incluem em seus planos de governo uma política de preservação ao patrimônio histórico e cultural. Aliado à pouca cobrança da população, esse descaso enseja em tragédias como as chamas que consumiram o Museu de Ciências Naturais da PUC de Minas Gerais e o Museu de Língua Portuguesa em São Paulo. Torna-se evidente, portanto, que medidas são necessárias para evitar que outra catástrofe ocorra. Para isso, o Ministério da Cultura, em parceria com o Ministério da Educação, deve organizar palestras nas instituições de ensino, voltadas aos alunos e pais, orientando-os sobre a importância de preservação do patrimônio histórico e cultural. Com isso, a população, mais consciente, irá cobrar melhor atuação por parte do governo, o qual se verá obrigado a incluir em seu planejamento uma política de proteção ao patrimônio histórico. Com a devida educação, a arte encontrará sua merecida proteção.