Em sua essência, ao reunir parte do acervo material da civilização e da natureza, os museus configuram-se como conservadores da História. Dessa forma, fica clara a importância de uma efetiva preservação da integridade de suas estruturas, o que - infelizmente - no Brasil não vem sendo colocada em prática, considerando não somente o incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro, mas também todo o descaso para com o patrimônio histórico praticado tanto pelas autoridades, quanto pela própria população. "Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repetí-lo", a enfática frase de George Santayana, filósofo espanhol do século XX, bem retrata o atual contexto cultural brasileiro. Tendo, de um lado, uma população pouco preocupada com o seu pretérito e, do outro, governantes mais interessados em uma perpetuação no poder, o país passa por uma séria crise em que, precarizado ao extremo, seu patrimônio material histórico fica ma iminência da destruição e do esquecimento. Assim sendo, o recente incêndio do Museu Nacional é apenas um dos inúmeros exemplos em que se ilustra a negligência, tanto financeira quanto em gestão, para com essas instituições, resultando em catástrofes que impactam não só o Brasil, mas o mundo todo, considerando também o acervo arqueológico - de grande relevância científica - consumido em meio às chamas. Em suma, é urgente a necessidade de novos modelos de administração para esses museus. Para isso, é uma alternativa viável o estabelecimento, por parte do Governo Federal, de parcerias público-privadas na gestão dessas instituições, tendo em vista a posse tanto de recursos quanto de competência da iniciativa privada. Além disso, considerando uma privatização apenas parcial, recursos financeiros públicos ainda poderiam auxiliar no suprimento das necessidades dos museus, contribuindo ao mesmo tempo para a preservação e para a qualidade de atendimento para os visitantes.